A erupção vulcânica do Cumbre Vieja continua e, em 24 horas arrasou mais 66 casas, notícia o jornal espanhol "El País" na sua edição deste domingo, dia em que o primeiro ministro, Pedro Sánchez, volta a La Palma, na sua terceira visita ao terreno para conhecer problemas e prioridades dos autarcas locais.
Depois da região ter sido abalada por mais de duas dezenas de sismos, com uma magnitude máxima de 3,6 na escala de Richter desde sexta-feira, abriu-se mais uma fonte de lava na encosta. O mais recente balanço dos estragos no local aponta para 946 casas destruídas (66 mais do que 24 horas antes), 128 danificadas, 400 hectares de terra cobertos por lava e 33 km de estradas afetados.
Em Portugal, o IPMA - Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) tinha confirmado já na sexta-feira que que algumas das partículas emitidas pelo vulcão de Cumbre Vieja, em La Palma, terão chegado aos Açores, provocando uma "redução significativa da visibilidade horizontal".
Em erupção desde 19 de setembro, o Cumbre Vieja "tem emitidos gases e partículas para a atmosfera" que "são transportadas a longas distâncias", explica o IPMA, adiantando que algumas dessas partículas terão chegado ao arquipélago dos Açores sob a forma de aerossol sulfato".
Ángel Víctor Torres, governador das ilhas Canárias, afirma que o vulcão já emitiu 80 milhões de metros cúbicos de magma, aproximadamente o dobro de Teneguía, em 1971, mas em metade do tempo.
Erupção pode durar 84 dias
Feitas as contas, o fluxo de lava já aumentou a área da ilha de La Palma em 20 hectares. Ao mesmo tempo, deixou mais de seis mil pessoas desalojadas, tendo levado o Governo espanhol a declarar a área atingida "zona de catástrofe" e a anunciar um primeiro pacote de ajudas de 10,5 milhões de euros para "necessidades urgentes".
As notícias mais recentes revelam que Vulcão Cumbre Vieja ganhou uma terceira boca e duas novas línguas de lava mais líquida" separadas por 15 metros, mas também que a direção do Plano de Prevenção de Risco Vulcânico nas Ilhas Canárias avançou com o levantamento das zonas confinadas desde sexta-feira em La Palma, admitindo "uma melhoria na medição do ar".
De acordo com os cálculos feitos pelo Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias, a erupção do Cumbre Vieja poderia durar entre 24 (mínimo) e 84 dias (máximo).