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Além do Cumbre Vieja, nas Canárias, há mais 2 vulcões em atividade na Europa: como um sono de 10.000 anos pode rebentar a qualquer momento

Os vulcões preocupam neste momento a Europa, de Norte a Sul. O Cumbre Vieja no arquipélago das Canárias, entrou em atividade no último domingo e já destruiu mais de 160 casas. Na Islândia, o vulcão Fagradalsfjall expele lava há vários meses. Em Itália, na ilha da Sicília, a maior da Europa, o Etna voltou ontem a dar sinais, um mês depois da última erupção. O Expresso republica este artigo publicado no passado dia 2 e que aborda, entre outros assuntos, o impacto da atividade vulcânica no tráfego aéreo

A lava do Fagradalsfjall em movimento na península de Reykjanes, Islândia
Sigtryggur Johannsson/Reuters

“A erupção continua sem alterações significativas”, lia-se no relatório do vulcão Fagradalsfjall, três meses depois de ter agitado o território do sudoeste da Islândia e as notícias do mundo da vulcanologia. Fê-lo por meio da erupção de 19 de março deste ano, que encontrou caminho a partir de uma nova fissura. Até lá, tinha-se mantido em absoluto sossego durante dez mil anos.

O tempo de atividade dos vulcões desafia a compreensão humana. Formado há alguns milhões de anos, de um total sossego, o Fagradalsfjall continua a deitar lava pelas fissuras sob o olhar atento dos especialistas que controlam o processo, medem as alterações e tentam prever o seu comportamento futuro.

O Fagradalsfjall está longe de ter provocado uma disrupção profunda como o fez o outro vulcão islandês bem mais difícil de pronunciar, o Eyjafjallajökull, em março de 2010. A sua erupção comprometeu durante semanas a circulação aérea numa série de rotas devido às toneladas de cinzas que foram projetadas no ar e lá persistiram.

Viver com as erupções, sobreviver-lhes se possível

O modo como as localidades nas áreas circundantes dos vulcões são afetadas pelas erupções e os estragos que provocam varia segundo a geografia, ordenação do território e condição social das populações afetadas. Pode ser um caso de vida e de morte e a outra grande erupção vulcânica de 2021 é um exemplo disso. Ocorreu dois meses mais tarde, em maio, na província leste da República Democrática do Congo, Kivu Norte, a milhares de quilómetros de distância do Fagradalsfjall.

O vulcão do monte Nyiragongo, no Parque Nacional de Virunga, entrou em atividade em 22 de maio e as autoridades congolesas ordenaram de imediato a evacuação de dez das 18 constituições de Goma, a capital da província que alberga dois milhões de habitantes.