“A erupção continua sem alterações significativas”, lia-se no relatório do vulcão Fagradalsfjall, três meses depois de ter agitado o território do sudoeste da Islândia e as notícias do mundo da vulcanologia. Fê-lo por meio da erupção de 19 de março deste ano, que encontrou caminho a partir de uma nova fissura. Até lá, tinha-se mantido em absoluto sossego durante dez mil anos.
O tempo de atividade dos vulcões desafia a compreensão humana. Formado há alguns milhões de anos, de um total sossego, o Fagradalsfjall continua a deitar lava pelas fissuras sob o olhar atento dos especialistas que controlam o processo, medem as alterações e tentam prever o seu comportamento futuro.
O Fagradalsfjall está longe de ter provocado uma disrupção profunda como o fez o outro vulcão islandês bem mais difícil de pronunciar, o Eyjafjallajökull, em março de 2010. A sua erupção comprometeu durante semanas a circulação aérea numa série de rotas devido às toneladas de cinzas que foram projetadas no ar e lá persistiram.
Viver com as erupções, sobreviver-lhes se possível
O modo como as localidades nas áreas circundantes dos vulcões são afetadas pelas erupções e os estragos que provocam varia segundo a geografia, ordenação do território e condição social das populações afetadas. Pode ser um caso de vida e de morte e a outra grande erupção vulcânica de 2021 é um exemplo disso. Ocorreu dois meses mais tarde, em maio, na província leste da República Democrática do Congo, Kivu Norte, a milhares de quilómetros de distância do Fagradalsfjall.
O vulcão do monte Nyiragongo, no Parque Nacional de Virunga, entrou em atividade em 22 de maio e as autoridades congolesas ordenaram de imediato a evacuação de dez das 18 constituições de Goma, a capital da província que alberga dois milhões de habitantes.