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Macau. “Interpreto o que aconteceu como a prática de atos típicos de censura”

Debate e peças sobre Tiananmen no canal português da TDM foram cortados. Comentadores deixam o programa em protesto. Direção do canal português escusa-se a comentar. Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau também preferiu o silêncio. Juristas destroem argumentos da empresa que assegura o serviço público de televisão e rádio em Macau e defendem que é prova evidente de censura

O desenvolvimento da zona que inclui Macau e Hong Kong tem sido referido em discursos recentes do Presidente chinês, Xi Jinping
Isaac Wong/SOPA Images/LightRocket/Getty Images

Catarina Brites Soares, em Macau

A censura aconteceu à posteriori. Tanto as peças no Telejornal como a parte do debate no programa semanal “Contraponto” relacionadas com o Massacre de Tiananmen foram transmitidas, tendo sido cortadas depois. Em protesto, os comentadores Emanuel Graça e Frederico Rato renunciaram à participação no único espaço de debate público existente em língua portuguesa em Macau.

“Face à decisão da comissão executiva da TDM de cortar um segmento do Contraponto e por não concordar com a justificação apresentada, solicitei o fim da minha participação no programa”, afirma ao Expresso o jornalista Emanuel Graça, comentador há quase dez anos.