Internacional

Trabalhistas ganham no País de Gales. Independentistas de Nicola Sturgeon vencem na Escócia

Mark Drakeford, primeiro-ministro do país de Gales, é um dos grandes vencedores das eleições britânicas desta quinta-feira. A boa gestão da pandemia deu uma vitória significativa aos Trabalhistas que conquistaram metade dos lugares do Parlamento galês, ou seja tantos quanto todos os outros. Na Escócia os independentistas da primeira-ministra Nicola Sturgeon ficam a um deputado da maioria absoluta

O primeiro-ministro Mark Drakeford
REBECCA NADEN/REUTERS

A resposta do Partido Trabalhista à pandemia ajudou o partido Trabalhista a manter o poder no País de Gales.

Os Trabalhistas, liderados pelo atual primeiro-ministro Mark Drakeford, ganharam 30 dos 60 lugares que formam o Parlamento galês.

Tudo indica que Drakeford irá continuar como primeiro-ministro do País de Gales, de acordo com a BBC. Drakeford já fez saber que disse que o seu próximo governo será "radical" e "ambicioso".

Na Escócia, a chefe do Governo Nicola Sturgeon, anunciou a vitória do seu partido SNP nas eleições regionais: "Haverá uma maioria pró-independência" no parlamento escocês.

Nicola Surgeon ficou a um deputado da maioria absoluta. A primeira-ministra reafirma que "a Escócia tem o direito de decidir sobre o seu futuro quando a crise da covid-19 passar".

Na Escócia, o Partido Nacionalista Escocês (SNP) assegurou 64 dos 129 assentos da Assembleia regional e um quarto mandato consecutivo à frente do Governo autónomo, mas ficou a um lugar da maioria absoluta.

No País de Gales, o Partido Trabalhista garantiu 30 dos 60 deputados do parlamento regional e vai formar governo por mais cinco anos.

"Não há dúvida de que haverá uma maioria pró-independência no parlamento escocês", disse Sturgeon, referindo-se ao SNP e a Os Verdes, que também apoiam um referendo à autodeterminação.

No discurso de vitória, Nicola Surgeon avisou Boris Johnson: "Não há qualquer justificação democrática" que demova os escoceses de escolherem o seu futuro.

Boris diz que Escócia não terá novo referendo

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, recusou este sábado qualquer possibilidade de realizar um novo referendo de independência na Escócia, mesmo que o Partido Nacional Escocês (SNP) obtenha maioria absoluta no parlamento regional.

"Acho que um referendo no contexto atual é irresponsável e temerário", disse o primeiro-ministro em entrevista ao jornal "The Telegraph", quando questionado sobre se aceitaria uma nova consulta depois da realizada em 2014, na qual os escoceses votaram pela permanência no Reino Unido.

O SNP, liderado pela primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, mantém a liderança nas eleições parlamentares de Edimburgo (regionais), realizadas na quinta-feira, tendo ganho 39 dos 48 lugares apurados até agora.

Johnson reconheceu seguir "com atenção" os resultados na Escócia, mas acrescentou que, em sua opinião, o SNP se afastou da ideia de um novo referendo.

"Não creio que este seja o momento de ter mais disputas constitucionais, é falar sobre dilacerar o nosso país, quando o que as pessoas querem é consertar a nossa economia e reconstruir juntos", disse ao "Telegraph".

Recusando adiantar como responderia se Sturgeon decidisse promover uma consulta unilateral, afirmou: "Essa não é a questão agora. Não acho que seja isso que estes tempos pedem."

Apesar das palavras do chefe do Governo britânico, o "número dois" do SNP, John Swinney, disse hoje à BBC que tudo indica que o seu partido será o principal em Holyrood (sede do poder legislativo regional) e que deverão aguardar-se as suas decisões.

"Johnson não é o senhor feudal da Escócia. Ele é o primeiro-ministro do Reino Unido. E se o parlamento escocês for eleito com uma maioria de parlamentares comprometidos com o referendo, isso deve ser respeitado", afirmou.