Internacional

Bruxelas anuncia plano para combater novas variantes do coronavírus e reforçar capacidade de produção de vacinas

A Comissão Europeia anunciou esta quarta-feira o ‘HERA Incubator’ para acelerar a aprovação e produção de vacinas e preparar a União Europeia para futuras emergências sanitárias. “A pandemia mostrou-nos que temos de agir cedo, temos de investir em larga escala e temos de trabalhar em conjunto”, disse Ursula von der Leyen

OLIVIER HOSLET/Getty Images

Bruxelas anunciou esta quarta-feira a HERA (‘Humanities in the European Research Area’) Incubator, que tem por principais objetivos reforçar o combate às variantes do coronavírus, acelerar o processo de aprovação de novas vacinas e aumentar a capacidade de produção das mesmas. Entre as medidas a tomar está o reforço da troca de informação dentro da União Europeia sobre as novas variantes, a possibilidade de criação de um mecanismo de autorizações de emergência para vacinas, a agilização da certificação de novas (ou reconvertidas) unidades de fabrico ou o aumento da cooperação e troca de informação entre fabricantes. Está previsto também o reforço da capacidade de caracterização e sequenciação do genoma dessas mesmas variantes, a partilha de informações e conhecimento científico e o apoio às empresas na adaptação de vacinas já existentes ou desenvolvimento de novas. No que diz respeito à adaptação das vacinas às novas variantes, vão ser disponibilizados 150 milhões de euros para projetos de investigação nesta área.

Deste plano faz igualmente parte o lançamento de uma rede europeia de ensaios clínicos para que a evidência científica necessária à aprovação de novas vacinas surja de forma mais rápida.

Na conferência de imprensa de apresentação desta proposta, esta quarta-feira, a presidente da Comissão Europeia sublinhou que as variantes do coronavírus, nomeadamente as do Reino Unido, Brasil e África do Sul, e o aumento substancial da proporção de casos associados às novas variantes, representam “uma potencial mudança de paradigma no combate global contra a Covid-19”. “A pandemia mostrou-nos que temos de agir cedo, temos de investir em larga escala e temos de trabalhar em conjunto”, disse Ursula von der Leyen.

Esta “nova empresa público-privada” que agrega o conhecimento e os recursos da indústria, da comunidade científica, do sector da saúde e das autoridades públicas e reguladores vai receber “apoio organizacional e financeiro” da Comissão, explicou a responsável. Em todas estas áreas, a Comissão vai canalizar apoio organizacional e financeiro através desta incubadora.

O objetivo é poder antecipar o mais possível os efeitos e desenvolvimentos desta nova fase da pandemia, “desde a deteção precoce das novas variantes, passando pelo desenvolvimento de novas vacinas e até à produção em massa, se necessário”.