Todos reclamam vitória. António Costa reclama um envelope nacional que é o maior de sempre, sem cortes na coesão e que pouco encolheu durante a negociação que juntou ao Orçamento Comunitário e Fundo de Recuperação (FdR) de 750 mil milhões de euros. Deste montante, Pedro Sánchez conseguiu 140 mil milhões para Espanha e o Giuseppe Conte 209 mil milhões para Itália, entre subvenções e empréstimos. São os dois maiores beneficiados do fundo de resposta à pandemia.
Os autodenominados quatro frugais voltam para casa com um cheque compensatório reforçado. Emmanuel Macron conseguiu uma inédita emissão conjunta de dívida (com mutualização) num dia que chamou de "histórico". A Comissão Europeia vê o montante global de 750 mil milhões proposto para o FdR intocado e o porta-voz do Governo de Viktor Orbán pode ir ao Twitter escrever que o acordo é "vitória para a Hungria" porque "todas as tentativas de ligar os fundos europeus aos critérios do Estado de Direito tinha sido rejeitados".
Quanto à chanceler Angela Merkel, conseguiu resolver o quebra-cabeças no primeiro mês da presidência alemã da UE, antes da pausa de verão, tal como queria. Só que chegar a um compromisso exigiu que todos fizessem cedências, uns mais do que outros. Com consequências para todos.