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1940 - Diário de uma invasão: Paris, cidade aberta (dia 33)

Para tentar evitar a destruição da capital as autoridades francesas retiram as forças militares e invocam o estatuto de cidade aberta. RAF bombardeia a cidade italiana de Turim

Soldados alemães transpondo o Canal Alberto
Getty images

ACONTECIMENTO: Paris não está a arder

No dia 11 de Junho de 1940 a única boa notícia para os aliados é uma operação dos bombardeiros britânicos que, reagindo à entrada da Itália na guerra anunciada na véspera, bombardeiam Turim. A operação da RAF não tem efeitos de maior mas constitui uma humilhação para Mussolini que tinha proclamado que nunca uma cidade italiana seria bombardeada. Para evitar que o mesmo viesse a suceder a Paris, a capital francesa é declarada cidade aberta, o que abre caminho a uma rápida aproximação das forças alemãs que, de resto, neste mesmo dia já chegaram ao porto de Le Havre, a norte da capital. A cidade que não tinha sofrido estragos de maior durante os ataques aéreos será poupada à destruição mas à custa de uma tremenda derrota simbólica para os aliados.

Dentro de três dias haverá soldados alemães a desfilar debaixo do Arco do Triunfo. Hitler, tendo triunfado na guerra relâmpago (blitzkrieg) fará uma visita relâmpago (blitz besuch) a Paris depois do armistício no dia 28 de Junho de manhã. Quatro anos mais tarde, a 26 de Agosto de 1944, com a Cidade Luz coberta de barricadas da Resistência e as tropas da II Divisão Blindada do general Leclerc e da IV Divisão de Infantaria dos EUA às portas, Hitler mandará arrasar a cidade e perguntará em vão pelo telefone ao governador militar Von Choltitz: “Paris já está a arder?”