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George Floyd. Twitter encerra conta ligada a supremacistas brancos que alegava pertencer à Antifa

A empresa explicou que a conta era gerida por um grupo ligado à Identity Evropa e captou a atenção dos funcionários do Twitter depois de uma publicação que incitava à violência nos protestos. "Vamos para as áreas residenciais, para os bairros brancos, conquistar o que é nosso", explicitava a mensagem

Michael B. Thomas/Getty Images

O Twitter encerrou uma conta que estava a ser gerida por um grupo de supremacistas brancos e que alegava pertencer ao movimento antifascista Antifa. De acordo com um comunicado divulgado esta terça-feira pela rede social, citado pela agência espanhola Efe, a conta @Antifa_US, que tinha umas centenas de seguidores, "violava as políticas de manipulação da plataforma e spam" da tecnológica norte-americana, em particular, a "criação de contas falsas", razão pela qual foi encerrada.

A empresa sediada em São Francisco, na Califórnia, explicou que esta conta era gerida por um grupo ligado à Identity Evropa e captou a atenção dos funcionários do Twitter depois de uma publicação que incitava à violência nos protestos. "Vamos para as áreas residenciais, para os bairros brancos, conquistar o que é nosso", explicitava a mensagem.

O tweet também era acompanhado pela hashtag "as vidas negras importam [#blacklivesmatter]", para aumentar a credibilidade da página em relação à associação à Antifa. Trata-se de um grupo conhecido pelas manifestações contra o fascismo e pela luta antissistema.

Parte das ações deste grupo visam acabar com os grupos fascistas, racistas, neonazis e de extrema-direita, através de contramanifestações que defendem a igualdade de género e de defesa dos direitos da comunidade LGBT+.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, já tinha acusado a Antifa de ser a responsável pelos motins e pilhagens que decorrem em todo o país, incluindo em grandes metrópoles, e que surgiram na sequência dos protestos contra a morte do cidadão afro-americano George Floyd. O afro-americano de 46 anos morreu a 25 de maio em Minneapolis, no estado do Minnesota, depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante quase nove minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd ter dito repetidamente que não conseguia respirar.

Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem. Pelo menos quatro mil pessoas foram detidas e o recolher obrigatório foi imposto em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque, mas diversos comentários de Trump contra os manifestantes têm intensificado os protestos.

Os quatro polícias envolvidos no incidente foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi detido, acusado de assassínio em terceiro grau e de homicídio involuntário.

A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.