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George Floyd. Recolheres obrigatórios desafiados de costa a costa, confrontos entre manifestantes e polícia terão abrandado

Os protestos diários alargaram-se a pelo menos 140 cidades dos EUA numa expressão de revolta após a morte do afro-americano George Floyd, cujo pescoço foi pressionado pelo joelho de um agente da polícia durante quase nove minutos. O agente foi acusado de homicídio. Apesar de maioritariamente pacíficos, os protestos têm conhecido episódios de violência, incluindo ataques a agentes da autoridade, morte e ferimento de manifestantes, além de destruição e saques

Yasin Ozturk/Anadolu Agency/Getty Images

Manifestantes voltaram esta terça-feira às ruas de vários estados norte-americanos em protesto contra a morte do afro-americano George Floyd às mãos da polícia no início da semana passada. Os protestos – na sua maioria, pacíficos – desafiaram as ordens de recolher obrigatório desde a Califórnia, na costa oeste, à Pensilvânia, na costa leste, escreve o jornal “The New York Times”. Os confrontos com a polícia parecem ter abrandado, acrescenta o diário.

Mais de mil manifestantes permaneceram no Lafayette Park, perto da Casa Branca, em Washington DC, para lá das 19h00 do recolher obrigatório imposto. Na véspera, o procurador-geral, William Barr, ordenara às forças de segurança para desimpedirem aquele parque para o Presidente dos EUA, Donald Trump, poder posar para a imprensa, com uma Bíblia na mão, à frente da Igreja Episcopal de São João.

Os protestos diários alargaram-se a pelo menos 140 cidades norte-americanas numa expressão de revolta após a morte de Floyd, de 46 anos, cujo pescoço foi pressionado pelo joelho de um agente branco da polícia de Minneapolis durante quase nove minutos. O agente foi acusado de homicídio.

Apesar de maioritariamente pacíficos, os protestos têm conhecido episódios de violência, incluindo ataques a agentes da autoridade, morte e ferimento de manifestantes, além de destruição e saques. Agentes da polícia em várias cidades foram despedidos ou repreendidos pelo uso de força excessiva.

Cerco a manifestantes, granadas de atordoamento e gás pimenta

O “Times” fez uma breve ronda por alguns dos pontos mais tensos dos protestos. Em Filadélfia, centenas de manifestantes juntaram-se no exterior da Câmara Municipal na tarde de terça-feira, após uma noite explosiva. Horas antes, o dono de uma loja de armas abriu fogo sobre quatro homens que vandalizaram a entrada do seu estabelecimento, matando um deles. Não foram feitas quaisquer detenções.

O presidente da Câmara de Nova Iorque, Bill de Blasio, anunciou que o recolher obrigatório passaria a vigorar a partir das 20h00 até ao final da semana depois de uma noite de saques em Manhattan.

A cidade de Santa Mónica, na Califórnia, impôs um dos recolheres obrigatórios mais restritivos no país, com início às 14h00. O departamento da polícia de Los Angeles fez centenas de detenções durante a última noite, de acordo com um porta-voz da força.

Em Charlotte, na Carolina do Norte, manifestantes e agentes envolveram-se em confrontos depois de as autoridades terem ordenado à multidão para dispersar. Imagens de vídeo mostram a polícia a cercar os manifestantes e a usar granadas de atordoamento e gás pimenta. Segundo as autoridades, um manifestante detido tinha consigo uma espingarda de estilo militar e várias munições.

Saque a loja de penhores resulta na morte de polícia reformado

Em Atlanta, a polícia usou gás lacrimogéneo para dispersar a multidão que se concentrou no Centennial Olympic Park após o recolher obrigatório das 21h00. Os manifestantes dispersaram pouco depois dos confrontos.

Trump apresentou no Twitter as suas condolências à família de um capitão reformado da polícia, que as autoridades dizem ter sido morto a tiro por um saqueador numa loja de penhores na segunda-feira. Dorn morreu na mesma noite em que quatro agentes no ativo foram baleados durante protestos.

“O nosso maior respeito pela família de David Dorn, um grande capitão da polícia de St. Louis, que foi violentamente baleado e morto por saqueadores desprezíveis na noite passada. Honramos os nossos agentes da polícia, talvez mais do que nunca. Obrigado!”, escreveu.