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“A pandemia americana é o racismo.” O que veem, ouvem e contam portugueses a viver no epicentro dos protestos nos EUA

São centenas de cidades em protesto, algumas a impor agora aos manifestantes um recolher obrigatório, nem sempre cumprido. O Expresso ouviu portugueses que vivem no centro de um outro surto além da covid-19 — “a pandemia americana é o racismo” — e que dão o retrato de um país dividido e de uma capital “em luta contra o presidente Donald Trump”

Manifestantes reúnem-se em vigília, enquanto os protestos continuam nas ruas junto à Casa Branca, em Washington, EUA
KEVIN LAMARQUE

Primeiro veio o choque, depois a condenação e, logo a seguir, a manifestação. Agora parece ter chegado o momento de divisão na sociedade norte-americana. É o que já sentem alguns portugueses ouvidos pelo Expresso, a viver em cidades diferentes, a acompanhar de perto manifestações mais ou menos pacíficas e com experiências de recolher obrigatório igualmente diversas.

O que veem são dois lados: o de quem não abandona a ideia de que a morte de George Floyd é o que de mais infame aconteceu nos Estados Unidos da América nas últimas semanas e o dos que desviam a atenção para a violência de alguns protestos. Resume-se assim: “a morte de Floyd é horrível, mas saquear lojas não é solução”. Ou “saquear lojas não é solução, mas a morte de Floyd é horrível”. A adversativa está lá sempre, o que muda é a ordem do que a antecede e sucede.