ACONTECIMENTO: O descanso dos guerreiros
Enquanto os britânicos chegam em massa ao porto de Dunquerque, Hitler confirma, a 24 de maio de 1940, ordem de paragem dos Panzer dada dias antes por Von Rundsted e delega na força aérea o ataque ao porto. É uma das decisões mais estranhas da guerra e para a qual têm sido avançadas as mais insólitas, quando não fantasiosas explicações. Mas uma coisa é certa: os soldados aliados cercados em Dunquerque agradeceram e a partir de agora tudo passava a ser possível, contanto que os barcos aliados conseguissem chegar ao porto francês.
A ordem de paragem desconcerta os comandantes de blindados, mas representa uma afirmação do poder do ditador sobre os generais. Hitler tinha a mentalidade de um soldado de trincheiras da I Guerra Mundial, o que passava pelo desprezo dos generais. Isso tinha-o feito descrer dos planos iniciais do seu estado-maior de ataque à França, que considerou “mais do mesmo”, e levado a aceitar com entusiasmo o plano iconoclasta de Von Manstein. Este previa um ataque de diversão pela Bélgica e uma manobra-relâmpago de tanques pelas Ardenas.
Uma vez executado o plano com estrondoso sucesso, comandantes como Guderian tinham ignorado a ordem de esperar pela infantaria e continuado a cavalgada na direção do mar, mas agora, na perspetiva de Hitler, era preciso metê-los na ordem e mostrar quem mandava.