Internacional

Putin apoia proposta de emenda constitucional que lhe permitiria continuar no poder até 2036

A Constituição da Rússia prevê que o chefe de Estado se afaste em 2024, o ano em que termina o seu segundo mandato consecutivo. No entanto, uma deputada da Rússia Unida, a formação política de Putin, propôs acabar com os limites aos mandatos presidenciais ou fazer uma alteração constitucional que permita ao atual Presidente concorrer novamente

EVGENIA NOVOZHENINA/REUTERS

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, manifestou esta terça-feira o seu apoio a uma proposta de emenda constitucional que, a avançar, lhe permitirá concorrer a um outro mandato e continuar no poder.

Atualmente, a Constituição prevê que o chefe de Estado se afaste em 2024, o ano em que termina o seu segundo mandato presidencial consecutivo. No entanto, a deputada da Rússia Unida, a formação política de Putin, Valentina Tereshkova propôs acabar com os limites aos mandatos presidenciais ou fazer uma alteração constitucional que permita ao atual Presidente concorrer novamente.

“Em princípio, esta opção seria possível, mas sob uma condição: se o Tribunal Constitucional decidir oficialmente que tal emenda não contradiz os princípios e as principais disposições da Constituição”, disse Putin.

O líder há mais tempo na Rússia desde Estaline

Uma série de emendas constitucionais será sujeita a um referendo nacional a 22 de abril. Se a emenda em causa for aprovada, Putin poderá continuar no poder até 2036. No discurso na Duma, a câmara baixa do Parlamento russo, o Presidente manifestou-se contra o fim dos termos presidenciais, mas apoiou a ideia de alterar o seu teto.

Putin já conta com mais de duas décadas no poder, sendo o líder há mais tempo na Rússia desde o ditador soviético Joseph Estaline. O primeiro mandato presidencial foi entre 2000 e 2008, enquanto o segundo começou em 2012. Entre um e outro mandatos, Putin foi primeiro-ministro pela segunda vez (a primeira vez tinha sido entre 1999 e 2000).

Valentina Tereshkova, que foi a primeira mulher a viajar no espaço, justificou a sua proposta, declarando: “A mera existência de uma oportunidade para o atual Presidente ser reeleito seria um fator estabilizador para a nossa sociedade.