"Convoquei esta reunião para termos uma discussão estratégica entre os 28 Estados-membros - ainda somos 28 - sobre os recentes acontecimentos no Irão, no Iraque e na Líbia", afirmou o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell.
Em curtas declarações prestadas aos jornalistas à entrada para o encontro, em Bruxelas, o chefe da diplomacia europeia indicou que, na reunião, também participa o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, sigla em inglês), Jens Stoltenberg, "que foi convidado".
"Vamos fazer uma análise geral da situação" no Médio Oriente e decidir quais "os passos a adotar", adiantou o responsável, sem pormenorizar.
Josep Borrell disse ainda esperar que este debate, que começou pouco depois das 15h (hora local, menos uma em Lisboa) dure cerca de quatro horas.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE reúnem-se num Conselho extraordinário convocado pelo chefe da diplomacia europeia para discutir a situação no Médio Oriente à luz da confrontação entre Estados Unidos e Irão.
A reunião foi convocada na passada segunda-feira por Josep Borrell com o propósito de "discutir os recentes desenvolvimentos no Iraque e no Irão" e o contributo que a União pode dar para ajudar a "inverter a escalada de tensões na região", segundo explicou na altura.
O encontro, no qual Portugal estará representado pelo ministro Augusto Santos Silva, tem lugar numa altura em que a situação aparenta estar um pouco mais desanuviada, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter declarado, na quarta-feira, que os Estados Unidos estão prontos a "abraçar a paz com todos os que a buscam" e a apostar na renegociação do acordo nuclear de 2015, afastando para já o cenário de um conflito militar.
Novas e "poderosas" sanções contra Teerão foram a resposta anunciada pela Casa Branca aos mísseis iranianos lançados horas antes contra duas bases iraquianas com tropas norte-americanas lá estacionadas, em Ain al-Assad (oeste) e Erbil (norte), que fizeram temer uma escalada da confrontação.
O ataque foi reivindicado pelos Guardas da Revolução iranianos como uma "operação de vingança", em retaliação pela morte do general Qassem Soleimani, comandante da sua força Al-Quds, na sexta-feira, num ataque aéreo em Bagdade ordenado por Trump.
Também na quarta-feira, o colégio da Comissão Europeia debateu a situação, tendo a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, sublinhado que "a União Europeia tem muito para oferecer", enquanto facilitadora do diálogo entre todos os atores, já que "a sua voz é ouvida na região".
O chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, também já comentou na última quarta-feira a situação, apelando à contenção de todos os envolvidos para evitar "uma espiral de violência" no Médio Oriente.