A chefe do Governo estadual de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian, declarou um estado de emergência de sete dias devido à atual crise de incêndios florestais no sudeste da Austrália. O estado excecional, que entra em vigor às 9h locais desta sexta-feira, destina-se a facilitar as deslocações forçadas e o encerramento de estradas antes das “horríveis” condições de incêndio previstas para sábado, explicou Berejiklian.
Citado pela emissora nacional ABC, o comissário do serviço de combate a incêndios rurais de Nova Gales do Sul, Shane Fitzsimmons, afirmou que “as condições no sábado serão provavelmente piores do que na véspera de Ano Novo e muitas das áreas no quadrante sudeste do estado poderão ser atingidas muito duramente”.
Pelo menos oito pessoas morreram no sudeste da Austrália desde segunda-feira, elevando para 18 o número de mortos em todo o país desde que os incêndios começaram em setembro. Este número ainda poderá aumentar.
ALDEIAS ISOLADAS, CASAS DESTRUÍDAS, MILHÕES DE HECTARES QUEIMADOS
Os incêndios na Austrália, entre os piores das últimas décadas, já queimaram mais de três milhões de hectares em pouco mais de três meses.
Cerca de 50 mil casas estão sem eletricidade na costa sul de Nova Gales do Sul, o estado mais afetado. Só na terça-feira 382 casas foram destruídas pelos fogos na costa sul, revelou o serviço de combate a incêndios rurais daquele estado.
Ventos fortes, temperaturas abrasadoras e baixa humidade estão previstos para sábado, com os termómetros a chegarem aos 41ºC na costa sul.
Há várias estradas e vias rápidas cortadas, além de aldeias isoladas pelos fogos.
“MAIOR DESLOCALIZAÇÃO EM MASSA DE PESSOAS”
Após as ordens de deslocação, milhares de pessoas esperam longas horas junto a postos de combustível e supermercados para se abastecerem.
Há uma gigantesca zona destinada à saída de turistas entre a cidade de Batemans Bay e a fronteira norte com o estado de Vitória. O ministro dos Transportes de Nova Gales do Sul, Andrew Constance, fala na “maior deslocalização em massa de pessoas da região”.
As autoridades viram-se obrigadas a utilizar navios militares e helicópteros para as operações de resgate.
Há cerca de duas centenas de fogos ativos em Nova Gales do Sul e Vitória.