Uma fila de barcos longos e esguios acompanha as margens do rio Frey. Estão alinhados, encostados uns aos outros, vizinhos forçados. Da ponte distinguem-se às dezenas; depois o rio faz uma curva e há que descer até à margem para continuar a acompanhá-los. Têm cores diferentes, nomes pintados de lado — “Almost There”, “Quase Lá”, é dos que ficam na memória —, e o estado de conservação de muitos sugere abandono. Nos telhados há quem tenha semeado hortas de subsistência e veem-se muitos painéis solares.
Craig vive num destes barcos, um barge, como se diz aqui. Começa por avisar que não fala de política nem diz o apelido. Contra o frio de Uxbridge, na Grande Londres, oferece chá e café e volta a recordar que não fala de política. “A minha mãe sempre me disse que neste país toda a gente promete respeitar opiniões diferentes, mas só até ao momento em que dás a tua.”