Os estados australianos de Nova Gales do Sul e de Queensland decretaram esta segunda-feira estado de emergência por causa dos incêndios florestais. Pelo menos três pessoas morreram e milhares de residentes foram deslocados devido às condições perigosas em que se encontravam.

Há registo de mais de 120 fogos naqueles estados. Em Nova Gales do Sul, as chamas queimaram 970 mil hectares de terra e destruíram 150 habitações e, em Queensland, nove casas foram arrasadas.

“Toda a gente tem de estar em alerta, não importa onde esteja, e todos têm de assumir o pior. Não podemos permitir a complacência”, disse a chefe do Executivo de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian, citada pela BBC.

Milhares de pessoas nos dois estados passaram a noite em centros de acolhimento. Centenas de escolas estarão fechadas em Nova Gales do Sul esta terça-feira.

Nível máximo de alerta pela primeira vez numa década

O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, tem-se recusado a estabelecer uma relação direta entre as alterações climáticas e os incêndios, o que já lhe valeu várias críticas. “Os meus únicos pensamentos hoje estão com aqueles que perderam as suas vidas e as suas famílias”, sublinhou no domingo.

O comando de bombeiros de Nova Gales do Sul emitiu o nível máximo de alerta pela primeira vez numa década. O aviso “catastrófico” aplica-se a toda a área metropolitana de Sydney, a capital estadual, e às regiões a norte e a sul daquela que é a cidade mais populosa do país.

O pior ainda estará para vir, advertem as autoridades. As temperaturas devem chegar aos 37ºC esta terça-feira, um dia que se prevê ainda pior do que a última sexta, quando as “tempestades de fogo” começaram a atravessar o leste australiano.

Entretanto, bombeiros da Nova Zelândia foram destacados para ajudar as equipas australianas de emergência, já cansadas e a preparar-se para um novo ataque das chamas. Os militares também poderão ser chamados a apoiar os 1300 bombeiros que combatem os fogos naqueles dois estados, anunciou o primeiro-ministro.