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Brexit. UE prepara-se para conceder mais três meses mas dá a opção de Reino Unido sair mais cedo

De acordo com um documento oficial a que o “Guardian” teve acesso, o Reino Unido poderá sair no primeiro dia do mês após a ratificação de um acordo. Uma saída esta quinta-feira, 31 de outubro, parece definitivamente posta de parte. Uma declaração da UE, anexa ao documento, estipula que os 27 não renegociarão o acordo de saída já assinado com Londres

ANDY RAIN/EPA

A União Europeia (UE) prepara-se para conceder um adiamento do Brexit até 31 de janeiro do próximo ano, com a opção de o Reino Unido sair mais cedo se um acordo for ratificado. A informação é avançada esta segunda-feira pelo jornal “The Guardian”, que teve acesso a um documento oficial.

Apesar das objeções levantadas pelo Governo francês, o documento sugere que a UE irá aceder ao pedido de novo adiamento e que o Reino Unido poderá sair no primeiro dia do mês após a ratificação de um acordo. Uma saída esta quinta-feira, 31 de outubro, parece definitivamente posta de parte, o que vai ao encontro dos partidos da oposição que definiam isso como um pré-requisito para a convocação de novas eleições.

O “Guardian” lembra que ainda há a possibilidade de os termos mudarem até à assinatura oficial do documento, e acrescenta que a data potencial de 15 de novembro para o Reino Unido deixar a UE, proposta por Paris, não está incluída no documento.

Londres tem a “obrigação” de nomear candidato a comissário

Uma declaração da UE, anexa ao documento, estipula que os 27 não renegociarão o acordo de saída já assinado com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. A declaração acrescenta que o Reino Unido tem a “obrigação” de nomear um candidato a comissário europeu, algo que Johnson disse anteriormente que não faria.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, passou o fim de semana em intensas negociações com os líderes da UE. Os embaixadores dos 27 encontram-se na manhã desta segunda-feira.

Anúncio será feito “muito provavelmente” esta manhã

Uma fonte próxima do Presidente francês, Emmanuel Macron, revelou que “muito provavelmente” esta manhã será anunciado o acordo para o novo adiamento.

“A perspetiva significativamente mais provável de novas eleições, agora apoiadas por vários partidos, como os Liberais Democratas e o Partido Nacional Escocês,” ajudou Paris a abandonar as suas objeções quanto a um novo adiamento de até três meses, revelou a fonte, citada pelo “Guardian”.

Esta tarde, o Parlamento britânico vota de novo a realização de eleições antecipadas.