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Catalunha deixa Sanchéz na corda bamba

Eleições. Sentença contra líderes independentistas e protestos causam queda do PSOE nas sondagens, onde cresce a extrema-direita. Exumação de Franco serviu para distrair

“Espanha não fala. Espanha condena”, lê-se nos cartazes exibidos num “Piquenique pela República” realizado por independentistas catalães na quinta-feira, em Barcelona
JESÚS DIGE S/ EPA

Fábio Monteiro, em Madrid

Até 10 de novembro, Pedro Sánchez praticará funambulismo. Tentará não tombar para o lado dos que o criticam por não ter tido uma “intervenção mais musculada” na Catalunha; evitará morder o isco dos que o acusam de usar a exumação de Franco, quinta-feira, como “jogada eleitoral”. Uma proeza difícil, mas indispensável, se o líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, centro-esquerda) ainda aspira a um resultado eleitoral que lhe permita formar Governo, após seis meses de negociações falhadas desde as legislativas de 28 de abril.

Após noites de batalhas campais em Barcelona, Sánchez alcançou “um equilíbrio muito complicado”, diz ao Expresso Rodolfo Irado, ex-diretor de comunicação do PSOE. “Travou as manifestações violentas sem recorrer a medidas excecionais, como a ativação do artigo 155 da Constituição, que suspenderia a autonomia. Era exigido pelo Vox [extrema-direita] mas poderia prejudicá-lo junto do eleitorado de esquerda.” Irado sabe que o PSOE paga parte da fatura pela decisão do Supremo Tribunal, que na semana passada condenou nove dirigentes independentistas catalães a penas de 9 a 13 anos de prisão. “Está a beneficiar partidos como o Vox e o PP [centro-direita]. Teve grande impacto na sociedade e é pouco provável que saia da agenda até às eleições.”

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