Internacional

Boris Johnson e Jeremy Corbyn falham entendimento para desbloquear o Brexit

Encontro entre primeiro-ministro britânico e chefe da oposição realizou-se esta quarta-feira de manhã. O processo de saída do Reino Unido da União Europeia está numa pausa, à espera que Bruxelas decida se aceita adia-lo, como Londres pediu

Boris Johnson (à esquerda) e Jeremy Corbyn, na Câmara dos Comuns, a 14 de outubro, durante a sessão parlamentar em que Isabel II discursou
Daniel Leal-Olivas/REUTERS

Em acelerada contagem decrescente para a saída do Reino Unido da União Europeia — prevista para 31 de outubro —, e sem certezas em relação ao modo como isso será feito, o primeiro-ministro britânico e o líder da oposição falharam, esta quarta-feira de manhã, a obtenção de um entendimento visando tirar o Brexit da pausa em que se encontra.

Boris Johnson e Jeremy Corbyn reuniram-se antes do habitual debate semanal na Câmara dos Comuns com a presença do chefe de Governo e discutiram um calendário que desbloqueasse a situação.

Segundo um porta-voz do Partido Trabalhista, Corbyn reiterou a predisposição do seu partido para “acordar um calendário razoável para debater, examinar e alterar a proposta de lei” de retirada e afirmou que apoiará “uma eleição geral quando a ameaça de uma saída sem acordo estiver fora da mesa”.

Fontes governamentais citadas pela BBC referem que “Corbyn tornou claro que não tem qualquer política além de mais adiamentos e de gastar o ano de 2020 em referendos”. A referência é a uma putativa segunda consulta popular sobre o Brexit e a novo referendo sobre a independência da Escócia, exigida pelos independentistas. Corbyn já se pronunciou a favor do primeiro, mas não do segundo.

O encontro realizou-se no gabinete do primeiro-ministro na Câmara dos Comuns, onde, terça-feira, foi aprovado o princípio de acordo de Boris Johnson para o Brexit. Minutos depois, a calendarização do debate e votação dessa proposta foi chumbada.

A bola está agora do lado da União Europeia, que terá de pronunciar-se sobre o pedido de adiamento do Brexit solicitado pelo Reino Unido. Johnson frisa que o Governo não o queria, e que fez o pedido forçado pelo Parlamento.