Internacional

“Qualquer tentativa de dividir a China acabará com corpos esmagados e ossos partidos”, avisa Xi Jinping

A ameaça do Presidente chinês tem como destinatário, ainda que implicitamente, os ativistas pró-democracia em Hong Kong. Xi também deixou recados às “forças externas que apoiem essas tentativas de dividir a China”. Trump já afirmou que será difícil acabar com a guerra comercial se algo de “mau” acontecer na gestão dos protestos naquela região administrativa

Xi Jinping
Greg Bowker/Pool/Getty Images

O Presidente chinês, Xi Jinping, avisou este domingo que qualquer tentativa de dividir a China será esmagada. Os destinatários da advertência são, ainda que de uma forma implícita, os ativistas pró-democracia na região administrativa especial de Hong Kong.

“Qualquer tentativa de dividir a China em qualquer parte do país acabará com corpos esmagados e ossos partidos”, disse Xi num encontro com o primeiro-ministro nepalês, Khadga Prasad Sharma Oli, segundo a televisão estatal chinesa CCTV. “E quaisquer forças externas que apoiem essas tentativas de dividir a China serão consideradas quimeras pelo povo chinês”, acrescentou.

Xi, o primeiro Presidente chinês a visitar o Nepal em 22 anos, chegou ao país no sábado para uma visita de Estado. Em cima da mesa esteve um acordo de expansão de uma linha ferroviária entre o Nepal e o Tibete.

O primeiro-ministro nepalês garantiu que o seu país se oporia a quaisquer “atividades contra a China” no seu território, noticiou a CCTV.

Hong Kong intromete-se na guerra comercial EUA-China

Pequim, que tenta conter os efeitos da longa guerra comercial com Washington, tem visto a sua autoridade política testada por protestos cada vez mais violentos em Hong Kong. As autoridades na ex-colónia britânica têm usado balas de borracha, gás lacrimogéneo e canhões de água contra os manifestantes.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, já afirmou que será difícil negociar com a China se algo de “mau” acontecer na gestão dos protestos em Hong Kong. No sábado, durante a mais recente ronda de negociações, Trump disse que discutiu o assunto com o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He.

No final da ronda, ambos os lados anunciaram ter chegado a um acordo inicial, o que fez crescer o otimismo relativamente a um acordo mais amplo, ainda que muitas questões fundamentais continuem sem solução e as taxas alfandegárias existentes não tenham sido levantadas.

Na semana passada, Washington pôs 28 empresas chinesas na lista negra devido à forma como Pequim trata minorias étnicas predominantemente muçulmanas. A China tem estado sob pressão internacional por causa da existência de campos de detenção que, acredita-se, abrigam mais de um milhão de uigures e outros grupos muçulmanos.