Jair Bolsonaro admitiu esta terça-feira que o Brasil poderá vir a aceitar a ajuda dos países do G7 para combater o drama das chamas na Amazónia se Emmanuel Macron “retirar os insultos” contra ele e contra o país, conta o “G1" do Grupo Globo.
Os países que integram o G7 estiveram reunidos em Biarritz, França, e decidiram na segunda-feira enviar uma ajuda de 18 milhões de euros para combater os incêndios na Amazónia, que regista um valor recorde de fogos.
Este impasse diplomático tem sido pautado por palavras azedas entre Bolsonaro e Macron. O Presidente francês disse que o homólogo brasileiro lhe mentiu quanto aos compromissos ambientais assumidos por aquele país. Aquela divergência, que chegou a beliscar a primeira-dama francesa, colocou em xeque também o acordo comercial UE-Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). Bolsonaro ia exigindo respeito pela soberania brasileira, enquanto Macron defendia que "o Brasil merece um presidente que esteja à altura do cargo".
O Brasil recusou a ajuda internacional através da assessoria do Planalto e de declarações de Onyx Lorenzoni, o ministro-chefe da Casa Civil. Quando questionado pelos jornalistas sobre essa recusa, Bolsonaro disse: “Eu falei isso? Eu falei? Jair Bolsonaro falou?”. Os jornalistas disseram que o anúncio partiu de Lorenzoni e da assessoria do Planalto e aí Bolsonaro mudou o tom: “Primeiramente, o senhor Macron deve retirar os insultos que fez à minha pessoa. Primeiro, chamou-me mentiroso. E depois, informações que eu tive, de que a nossa soberania está em aberto na Amazónia”, explicou o governante à saída do Palácio da Alvorada.
E acrescentou: “Para conversar ou aceitar qualquer coisa de França, que seja das melhores intenções possíveis, ele vai ter de retirar essas palavras e daí a gente pode conversar”.