Internacional

Se Malala quiser dar aulas no Quebec, tem de retirar o hijab

Foi o que explicou o ministro da educação local, explicando que em sociedades “abertas e tolerantes” tem de ser assim

Malala Yousafzai
Christopher Furlong/Getty Images

O ministro da educação do Quebec, a região francófona do Canadá, foi a uma reunião preparatória da cimeira do G7 em Paris e publicou no Twitter uma foto sua ao lado de Malala Yousafzai, a jovem paquistanesa que os Talibã tentaram matar em 2012, quando ela tinha 15 anos. A foto deu origem a protestos, por causa de uma lei canadiana recente que proíbe a certos funcionários em posições de autoridade, incluindo juízes e professores, a utilização do lenço islâmico na cabeça - o chamado hijab, que Malala usa sempre e com o qual aparece ao lado do ministro na foto.

Por defender o direito das suas compatriotas à educação, Malala foi baleada na cabeça, mas sobreviveu. Inteligente, madura e determinada, foi viver para o estrangeiro e continuou a defender em público a sua causa, recebendo o prémio Nobel da Paz em 2014. Nunca ninguém tão jovem o tinha recebido, mas Malala tem procurado fazer jus à distinção. Agora foi a Paris para, mais uma vez, discutir questões sobre acesso à educação.

Depois de o ministro Jean-François Rochelle publicar a sua foto com Malala, um jornalista perguntou-lhe se ela poderia dar aulas no Quebec, caso o desejasse. Resposta de Rochelle: "Dir-lhe-ia certamente que seria uma imensa honra e que no Quebec, como é o caso em França (onde nos encontramos atualmente) e noutros países abertos e tolerantes, os professores não podem usar sinais religiosos no exercício das suas funções".

O diretor executivo do Conselho Nacional de Muçulmanos Canadianos, Musfata Farooq, comentou no site do "Huffington Post": "Com franqueza, é histérica e tragicamente absurdo. Serve para mostrar a natureza do que acontece quando se começa a fazer legislação que retira às pessoas as suas liberdades civis". O Conselho é uma das organizações que vão contestar a nova lei em tribunal.