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Saída do Reino Unido da UE é “enorme oportunidade económica”, garante Boris Johnson

Boris Johnson anunciou este sábado grandes investimentos internos para tentar afastar as atenções do Brexit. Sobre a saída do país da UE, diz-se disposto a negociar com Bruxelas, mas apenas se for retirada a a cláusula de salvagurada sobre a Irlanda

Boris Johnson discursa no Museu da Ciência e Indústria em Manchester
Reuters

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, considerou este sábado que o 'Brexit' constitui uma “enorme oportunidade económica” recusando a leitura da sua antecessora, Theresa May, de que se trata de um “evento climático hostil”.

“Sair da União Europeia constitui uma enorme oportunidade económica para tomarmos as medidas que não pudemos tomar durante décadas” disse o novo primeiro-ministro.

Falando perante uma centena de pessoas no Museu da Ciência e Indústria, em Manchester, o novo primeiro-ministro prometeu novos investimentos nas regiões que votaram no 'Brexit' no referendo de 2016. E sublinhou ainda que pretende intensificar as negociações de acordos comerciais pós-'Brexit' e criar portos francos para estimular a economia.

“Quando as pessoas votaram pela saída [do Reino Unido] da União Europeia, não votaram apenas contra Bruxelas, votaram também contra Londres”, disse o primeiro-ministro durante uma intervenção em que aproveitou para descrever as prioridades do seu Governo para o país e para prometer um reforço dos poderes das comunidades locais e do investimento em infraestruturas de telecomunicações e transportes.

Na manga, levava a promessa de um pacote de 3600 milhões de libras (cerca de 4000 milhões de euros) para as cidades economicamente mais deprimidas. De acordo com o "The Guardian", Boris Johnson recuperou o projeto de construção de uma nova linha de alta velocidade ferroviária entre Leeds e Manchester, que foi pela primeira vez anunciada há cinco anos. “Johnson apoia o projeto ferroviário TransPennine, que poderá reduzir os tempos de viagem na via de 36 milhas (58 quilómetros) dos atuais 50 minutos para menos de meia hora”, nota o diário britânico.

Questionado sobre as negociações do 'Brexit', o novo primeiro-ministro britânico afirmou que estava pronto para se envolver com os parceiros da UE mas apenas se o 'backstop' -- cláusula de salvaguarda que permite evitar o regresso a uma fronteira física entre a Irlanda e a Irlanda do Norte -- for retirado do acordo de saída existente e que foi assinado pela sua antecessora, Theresa May.