Liderar a equipa do “Guardian” que recebeu há cinco anos o Prémio Pulitzer, o mais ambicionado do jornalismo mundial, pela divulgação das informações obtidas por Edward Snowden na Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos, não foi suficiente para Glenn Greenwald. O advogado norte-americano de 42 anos fundou o site “Intercept Brasil” e focou as atenções no comportamento do super-juiz Sérgio Moro. Denunciou a troca de informações do atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro com os procuradores da Operação Lava Jato, revelando relações de excessiva proximidade com o Ministério Público. A imagem de Moro estremeceu, o juiz foi esta semana ao Senado prestar contas e disse que se afastaria do cargo se fosse provadas irregularidades. Para já, Bolsonaro segurou o ministro que lhe dava mais credibilidade, mas as consequências da investigação movida por Greenwald são imprevisíveis. Numa entrevista em que as respostas foram enviadas pelo Expresso por escrito e as respostas vieram num ficheiro de som, o jornalista promete revelar mais detalhes sobre a atuação de Moro.
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“É impossível parar o jornalismo de investigação”. Glenn Greenwald, autor das revelações sobre o juiz Sérgio Moro
O jornalista norte-americano Glenn Greenwald divulgou há uma semana trocas de mensagens entre os promotores da Operação Lava Jato e o então juiz Sérgio Moro. O atual ministro da Justiça do governo Bolsonaro foi esta semana ao Senado e já admite renunciar ao cargo. Em entrevista ao Expresso, Greenwald promete continuar a divulgar informações sobre a conduta de Sérgio Moro e as consequências para o Executivo brasileiro são ainda imprevisíveis