A agência Amaq, órgão de propaganda do Estado Islâmico (Daesh), anunciou esta sexta-feira a fundação da “wilaya” do Hind. No mesmo comunicado, citado pela agência Reuters, a organização diz ter infligido baixas ao exército indiano durante um confronto na cidade de Amshipora, na região de Shopian, a cerca de duas horas de automóvel de Srinagar, a capital de Verão do Estado indiano de Jammu e Caxemira.
O confronto entre terroristas e forças de segurança tinha sido confirmado pela polícia indiana, horas antes do comunicado da Amaq. As autoridades anunciaram também a morte de Ishfaq Ahmad Sofi, um militante ligado a há mais de uma década a várias organizações terroristas que atuam em Caxemira, região disputada pela Índia e Paquistão.
Sofi era suspeito de organizar vários ataques à granada contra quartéis e esquadras da polícia, disseram fontes policiais e militares. Na conferência de imprensa, o porta-voz da polícia admitiu que Sofi poderia ser o último combatente ligado ao Daesh na região de Caxemira.
“A fundação de uma 'província' numa região em que o Daesh não dispõe de nenhuma forma de controlo é absurda, mas não deverá ser ignorada”, disse à Reuters, Rita Katz, diretora do SITE Intel, uma aorganização que acompanha a atividade dos extremistas islâmicos. “Para os jihadistas presentes nestas regiões mais vulneráveis, é um gesto significativo que demarca a reconstrução do novo mapa do califado do Estado Islâmico”.
Para muitos analistas, a radicalização religiosa de Caxemira torna-a apetecível para grupos radicais islâmicos transnacionais. Além do terreno fértil para recrutamento, o apoio mais ou menos declarado do Paquistão, permite antecipar um recrudescer da violência na região.
O Estado Islâmico acaba de ser expulso dos territórios que conquistou em 2014 na Iraque e na Síria, mas reivindicou o os atentados de domingo de Páscoa que causaram 258 mortos no Sri Lanka.