O número de mortos dos ataques terroristas do domingo de Páscoa no Sri Lanka subiu para 359, incluindo 39 cidadãos estrangeiros, e 500 feridos. A informação foi avançada esta quarta-feira pelo porta-voz da polícia do país, que adiantou ainda que 18 suspeitos dos atentados em três igrejas e quatro hotéis foram detidos na última noite, o que eleva para 58 o número de detenções.
Em conferência de imprensa, o vice-ministro cingalês da Defesa, Ruwan Wijewardene, admitiu ter havido “uma grande falha dos serviços de informação”, reagindo às notícias que davam conta de um alerta lançado dias antes dos ataques e que terá sido ignorado.
“Acreditamos que pelo menos um dos bombistas suicidas estudou no Reino Unido e, mais tarde, fez uma pós-graduação na Austrália. A maior parte destes atacantes era instruída e provinha das classes média e média-alta, pelo que eram bastante independentes financeiramente”, acrescentou o governante.
Ataques reivindicados pelo Daesh
Os ataques foram reivindicados esta terça-feira pelo Daesh, que disse terem sido sete os bombistas-suicidas. Contudo, o Daesh não apresentou provas da autoria. A confirmar-se, trata-se de um dos piores ataques levados a cabo pelo grupo fora do Iraque e da Síria, escreve a agência Reuters.
Num comunicado divulgado pela agência de notícias do grupo terrorista, o Daesh afirma que pretendeu atingir cidadãos de países que têm bombardeado o seu “território” e cristãos. A declaração é semelhante a outras feitas em ataques anteriores que não foram realizados por membros do Daesh mas inspirados pelo grupo.
A ligação a grupo radical indiano
Horas antes, o vice-ministro da Defesa do Sri Lanka afirmara no Parlamento que os primeiros indícios apontavam para que os atentados tivessem sido um ato de retaliação pelos ataques a duas mesquitas na Nova Zelândia, a 15 de março, que fizeram 50 mortos.
De acordo com as conclusões preliminares da investigação, o grupo local National Thowheed Jama’ath, que as autoridades acusam de ser responsável pelos ataques de domingo, tem ligações a um grupo islâmico radical da Índia, o Jamaat-ul-Mujahideen.