Internacional

Ataques no Sri Lanka estavam a ser planeados “há pelo menos três meses”

A informação foi avançada pelo porta-voz da polícia cingalesa, Ruwan Gunasekara, que também apresentou o mais recente balanço do número de vítimas mortais, pelo menos 359, e de pessoas detidas, 60 até agora

Carl Court/Getty Images

As autoridades do Sri Lanka já sabiam dos ataques há duas semanas mas estes já estavam a ser planeados há pelo menos três meses. Isso mesmo afirmou o porta-voz da polícia cingalesa ao jornal britânico “The Independent” depois de uma conferência de imprensa, esta quarta-feira. Nas declarações aos jornalistas, Ruwan Gunasekara, o porta-voz, também aproveitou para atualizar o número de vítimas mortais — 359, incluindo 39 cidadãos estrangeiros.

Desde domingo, dia em que se deram as oito explosões no Sri Lanka, cinco na capital, uma em Negombo, na costa ocidental, uma no leste do país e outra na zona de Dermatagoda, que as autoridades estão à procura de suspeitos e, desde então, já detiveram 60 pessoas com alegadas ligações aos ataques, estando 32 delas a ser interrogadas pelo departamento de investigação criminal do país. Há algumas teorias que vão sendo desenvolvidas e divulgadas, nomeadamente que os atacantes terão ocupado duas casas, uma delas localizada em Negombo, e aí preparado os ataques.

Também em conferência de imprensa esta quarta-feira, Ruwan Wijewardene, vice-ministro cingalês da Defesa, reiterou que embora os ataques já estivessem a ser preparados “há algum tempo”, o objetivo era fazer detonar as bombas no dia da Páscoa, em retaliação contra os ataques em Christchurch, na Nova Zelândia. Continua, todavia, a não haver provas concretas de uma ligação entre os dois eventos (a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinta Arden, indicou aliás não ter recebido qualquer informação do Sri Lanka ou dos serviços de informação do país a respeito de uma eventual retaliação).

O vice-ministro Ruwan Wijewardene admitiu ainda em conferência de imprensa que houve uma “grande falha dos serviços de informação”, reagindo às notícias sobre o alerta lançado dias antes dos ataques, que terá sido ignorado pelas autoridades do país. “Toda a informação foi partilhada com as pessoas certas. Isto poderia ter sido evitado ou pelo menos minimizado”, afirmou ainda.

Que pessoas são essas não se sabe, mas o Presidente do país, Maithripala Sirisena, afirmou na terça-feira não ter recebido avisos sobre os ataques (também anunciou que pretende demitir vários responsáveis de topo nos próximos dias). Os serviços de segurança da Índia garantiram, no entanto, ter partilhado informação, incluindo o nome de bombistas suspeitos.