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Sri Lanka. Novo balanço aponta para pelo menos 290 mortos e cerca de 500 feridos

O recolher obrigatório, imposto após os ataques coordenados a três igrejas e quatro hotéis no domingo de Páscoa, foi levantado. O Presidente do país convocou uma reunião do Conselho de Segurança Nacional para esta segunda-feira, em que estará presente o primeiro-ministro. O número de detidos suspeitos de envolvimento nos ataques subiu para 14

JEWEL SAMAD/AFP/Getty Images

Pelo menos 290 mortos e cerca de 500 feridos é o novo balanço da série de atentados em igrejas e hotéis de luxo no Sri Lanka no domingo de Páscoa. Os números foram atualizados esta segunda-feira pelas autoridades do país, que levantaram o recolher obrigatório imposto na véspera. Os ataques no Sri Lanka a três igrejas e três hotéis no domingo de Páscoa foram realizados por sete bombistas suicidas, disse um perito forense do Governo à agência de notícias Associated Press.

A agência de notícias Reuters refere que os ataques contra duas igrejas e quatro hotéis na capital, Colombo, e uma terceira igreja no nordeste do país ainda não foram reivindicados. O número de detidos suspeitos de envolvimento nos ataques subiu para 14, segundo informações da polícia local à France Press.

O Presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, que se encontrava no estrangeiro quando os ataques aconteceram, convocou uma reunião do Conselho de Segurança Nacional para esta segunda-feira. O primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe, também estará presente nesta reunião, avança uma fonte governamental citada pela Reuters.

Apesar do levantamento do recolher obrigatório, o trânsito na capital, normalmente movimentada, era escasso nas primeiras horas da manhã. Soldados com armas automáticas guardavam as entradas dos principais hotéis, enquanto dezenas de pessoas, que ficaram retidas durante a noite no aeroporto principal, começaram a regressar a casa.

Português morto nos atentados estava em lua-de-mel

Entre as vítimas mortais encontra-se um português que tinha casado há cerca de uma semana e estava em lua-de-mel com a mulher, que sobreviveu aos atentados. Rui Lucas vivia em Viseu e era funcionário de uma empresa de Vouzela. “Ele gostava de desportos de natureza, mas acho que não foi por isso que escolheu o Sri Lanka. Ia passar a lua-de-mel para um sítio calmo, com uma cultura completamente diferente. Gostava de viajar, viajava muito nas férias”, disse o patrão da vítima, Augusto Teixeira, citado pela agência Lusa.

“Era uma pessoa com um coração enorme, um grande amigo”, afirmou ainda, referindo-se a Rui Lucas, que desde 2013 era seu colaborador na T&T Multielétrica, empresa que presta serviços nas áreas das energias renováveis, domótica e segurança, eletricidade e climatização. Consternado com a notícia da morte do amigo, o empresário disse que é um “momento particularmente difícil” para os cerca de 30 colaboradores da empresa onde Rui Lucas trabalhava, em Crasto de Campia, a cerca de 40 quilómetros de Viseu.

O português é uma das 32 vítimas mortais estrangeiras, um número que inclui outras nacionalidades como americana, britânica, chinesa, dinamarquesa, holandesa, indiana e turca.

O Sri Lanka, um país predominantemente budista, esteve em guerra durante décadas com os separatistas tamil mas há já uma década que a violência extremista se encontrava em declínio, com o fim da guerra civil. Após os atentados deste domingo, a polícia registou um ataque à bomba contra uma mesquita no noroeste e fogo posto em duas lojas dirigidas por muçulmanos no oeste do país.