Internacional

Rússia está preocupada com a “liberdade” democrática: estão a “estrangulá-la”, diz Moscovo. Em causa está Assange

“A mão da democracia estrangula a liberdade”, escreveu no Facebook a porta-voz da diplomacia russa. Já o porta-voz do Kremlin reagiu à detenção indicando que espera que todos os direitos de Assange “sejam respeitados”

Dmitry Peskov, porta-voz de Vladimir Putin
ALEXANDER NEMENOV

A Rússia acusou esta quinta-feira as autoridades britânicas de "estrangularem a liberdade" após a detenção do fundador da organização Wikileaks, Julian Assange, no interior da embaixada do Equador em Londres, onde se encontrava há sete anos.

"A mão da democracia estrangula a liberdade", escreveu a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, na sua conta da rede social Facebook.

Também o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reagiu à detenção indicando que espera que todos os direitos de Assange "sejam respeitados".

O fundador da organização Wikileaks, Julian Assange, foi detido esta quinta-feira pela polícia britânica no interior da embaixada do Equador em Londres, onde se encontrava há sete anos, depois de Quito ter retirado o direito de asilo ao australiano de 47 anos.

Num comunicado, a polícia indicou que executou um mandado de detenção emitido em 2012 por um tribunal de Londres e informou, mais tarde, que tinha também dado cumprimento a um mandado dos Estados Unidos.

Assange refugiou-se na embaixada equatoriana na capital britânica em 2012 para evitar a sua extradição para a Suécia, que solicitou que o fundador do Wikileaks se entregasse por supostos crimes sexuais, um processo que, entretanto, prescreveu.

Assange recusou entregar-se às autoridades britânicas por receio de ser extraditado para os Estados Unidos (EUA), onde poderia enfrentar acusações de espionagem puníveis com prisão perpétua.

Em 2010, o WikiLeaks divulgou mais de 90.000 documentos confidenciais relacionados com ações militares dos EUA no Afeganistão e cerca de 400.000 documentos secretos sobre a guerra no Iraque.

Naquele mesmo ano foram tornados públicos cerca de 250.000 telegramas diplomáticos do Departamento de Estado dos Estados Unidos, o que embaraçou Washington.