Internacional

Mark Zuckerberg apela aos Governos para ajudarem a controlar os conteúdos da Internet

O criador do Facebook considera que a responsabilidade de controlo e vigilância das redes sociais e do espaço cibernético não deve ser só de empresas como a sua.

Chip Somodevilla/Getty

Duas semanas após um terrorista australiano ter usado o Facebook para colocar ao vivo o vídeo da matança que perpetrou numa mesquita na Nova Zelândia, o fundador do Facebook publicou um artigo de opinião no Washington Post em que apela à criação de novas leis para controlar os conteúdos maliciosos, nocivos, que põem em causa a integridade de eleições, a privacidade e a portabilidade de dados pessoais.

Na opinião de Mark Zuckerberg, a responsabilidade de controlo e vigilância das redes sociais e da internet não deve ser só de empresas como a sua. Adiantando que o Facebook “está a criar um corpo independente para que as pessoas possam contestar as decisões que fazem sobre o que é colocado ou retirado” da rede social, o multimilionário norte-americano defende que as regras devem ser iguais para todos os “websites” e estendidas a todas as empresas da área tecnológica. E diz estar disponível para falar com decisores políticos e legislativos em todo o mundo.

No artigo, Zuckerberg apela a: regras comuns a todas as redes sociais, fiscalizadas por entidades externas para controlar a dispersão de conteúdos nocivos; obrigação de as principais empresas tecnológicas apresentarem trimestralmente relatórios transparentes sobre as suas atividades e finanças; criação de leis mais fortes a nível mundial para proteger a integridade de eleições e identificar os atores políticos (evitando casos como o escândalo Cambridge Analytica; novas regras para controlar a forma como as campanhas políticas usam dados para chegar aos eleitores através da internet; e leis de privacidade como a adotada na União Europeia em 2018, entre outras medidas.