Rodrigo Duterte tem sido várias vezes notícia pelos comentários misóginos e ofensivos, mas esta segunda-feira pensar-se-ia que o Presidente das Filipinas teria uma postura mais conciliadora. Afinal de contas, discursava para uma plateia quase exclusivamente composta por mulheres, num evento que promovia a igualdade e em que eram homenageadas agentes da polícia e do exército que se destacaram por fazer cumprir a lei e a segurança no país do sudeste asiático.
Porém, Duterte não adaptou o discurso. Usou a palavra “puta” para se dirigir às mulheres, que apelidou ainda de “loucas”. “Vocês criticam cada palavra que eu digo”, acusou, citado por vários órgãos de comunicação filipinos e internacionais. O Presidente aproveitou a ocasião para responsabilizar as mulheres por estar privado da sua “liberdade de expressão”. E ainda ironizou, ao frisar que adora mulheres: “É por isso que tenho duas esposas. Isso significa que gosto de mulheres”.
Eleito em 2016, o líder filipino tem-se notabilizado também pelo combate sem quartel – e sem respeito pelos direitos humanos – ao tráfico e consumo de droga. No discurso desta segunda-feira, revisitou uma controvérsia da semana passada, quando disse que as mulheres se deviam afastar dos padres católicos – os maiores opositores da referida guerra às drogas – devido ao “perfume dos seus corpos”. Desta vez, considerou-as o “refugo dos padres”. “Mas isso não é culpa minha”, concluiu.