O Secretário norte-americano do Tesouro, Steven Mnuchin, disse esta sexta-feira que teve “encontros produtivos” com o vice-presidente chinês, Liu He, sem, no entanto, elaborar sobre o assunto. Trata-se da mais recente ronda de negociações para evitar uma escalada na guerra comercial entre os EUA e a China.
O comentário foi feito no Twitter após dois dias de conversações de alto nível em Pequim que incluíram o representante americano do Comércio, Robert Lighthizer.
No final do mês passado, as delegações de ambos os países encontraram-se em Washington. Na altura, não foi alcançado qualquer acordo mas a China comprometeu-se a comprar mais soja americana. O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considerou que a promessa demonstra que os dois lados estão a fazer progressos.
Em conferência de imprensa ao lado de Liu He, Trump disse então que espera encontrar-se com o seu homólogo Xi Jinping para chegar a um acordo final antes de 1 de março. No final do ano passado, as duas partes acordaram uma trégua de 90 dias para negociações.
Na ausência de um entendimento, os EUA imporão um aumento de tarifas, de 10% para 25%, em cerca de 200 mil milhões de dólares (cerca de 175 mil milhões de euros) de produtos importados da China.
“Conheço bem o Presidente Xi. Estou certo de que nos vamos entender”
À margem da cimeira do G20 na Argentina, em dezembro, Trump e Xi Jinping concordaram avançar nas negociações sobre as questões estruturais do diferendo comercial, incluindo “transferências tecnológicas, proteção da propriedade intelectual, ciberintrusão, serviços e agricultura”, como ficou estipulado num comunicado após um encontro informal entre os dois líderes.
Nas últimas semanas, Trump tem manifestado otimismo relativamente ao desenlace das negociações: “Eu conheço bem o Presidente Xi e estou certo de que nos vamos entender muito bem nesta questão.”
No entanto, os analistas são muito mais céticos, sobretudo tendo em conta a posição dura adotada pelo negociador norte-americano, Robert Lighthizer, que dificilmente cederá nalgumas áreas. Entre as áreas mais sensíveis estão as questões de patentes e de propriedade intelectual, onde os chineses se queixam de intransigência por parte dos EUA.