Internacional

Investigação à alegada intromissão russa nas eleições de 2016 “quase concluída”, diz procurador-geral interino

Matthew Whitaker afirma ter sido “totalmente informado” e aguardar “com expectativa” as conclusões de Robert Mueller. Foi a primeira vez que um alto funcionário da Administração Trump disse publicamente que a investigação estava perto do fim. Whitaker ocupa interinamente o cargo de procurador-geral na sequência do afastamento de Jeff Sessions

SAUL LOEB/AFP/Getty Images

A investigação do procurador especial Robert Mueller sobre a alegada intromissão da Rússia nas eleições americanas de 2016 está “quase concluída”, anunciou esta segunda-feira o procurador-geral interino dos EUA, Matthew Whitaker.

“Fui totalmente informado sobre a investigação e aguardo com expectativa que Mueller entregue o relatório final”, acrescentou. Segundo a agência de notícias Reuters, esta foi a primeira vez que um alto funcionário da Administração Trump com conhecimento da investigação disse publicamente que esta se encontrava nos seus procedimentos finais.

Nos últimos tempos, os meios de comunicação americanos têm noticiado que a investigação está na reta final, uma informação que nunca foi confirmada por Mueller.

Na semana passada, Roger Stone, antigo estratega da campanha presidencial de Donald Trump, tornou-se o mais recente nome implicado na investigação, tendo sido detido e logo libertado sob caução. Outras figuras próximas de Trump acusadas no âmbito da investigação incluem o ex-diretor e o ex-vice-diretor da campanha, Paul Manafort e Richard Gates, respetivamente, e o antigo conselheiro de segurança nacional Michael Flynn.

O ceticismo de Whitaker relativamente à investigação

Matthew Whitaker ocupa interinamente o cargo de procurador-geral desde novembro na sequência do afastamento de Jeff Sessions. A 8 de fevereiro, estará perante a comissão de Justiça da Câmara dos Representantes para responder a perguntas dos democratas sobre o seu papel na investigação de Mueller e se tomou medidas para limitar o âmbito do trabalho do procurador especial.

Antes de se juntar ao Departamento de Justiça como chefe de pessoal de Sessions em 2017, Whitaker fez vários comentários públicos em que deixava claras as suas críticas e o seu ceticismo em relação à investigação de Mueller. Esses comentários e a sua amizade com Sam Clovis, copresidente nacional da campanha de Trump, levaram vários críticos a defender que Whitaker não deveria ter assumido o cargo, mesmo que interinamente.

Na segunda-feira, questionado sobre os seus comentários passados, Whitaker disse que, na altura, falava na qualidade de cidadão privado que apenas tinha acesso a informações disponíveis publicamente.

As recusas do senhor que se segue

O nomeado de Trump para substituir Sessions, William Barr, tem recusado assumir o compromisso de revelar os resultados da investigação de Mueller na sua totalidade, alegando que algumas partes poderão ter de manter-se confidenciais.

O Kremlin nega quaisquer interferências nas eleições que elegeram Trump em 2016. O Presidente dos EUA tem afirmado repetidamente que não houve conluio entre a sua campanha e a Rússia, referindo-se à investigação como uma “caça às bruxas”.