Internacional

Novos confrontos étnicos no Mali matam pelo menos 37 pessoas

O ataque, que terá sido da responsabilidade dos caçadores Dogon, visou os habitantes de uma aldeia dos pastores Fula. Os Dogon acusam os Fula de ligações a grupos jiadistas, enquanto os pastores afirmam que o exército do Mali armou os caçadores para estes os atacarem. A ONU estima que mais de 500 civis foram mortos no ano passado em resultado da violência intercomunitária

Homens armados, possivelmente caçadores tradicionais, mataram esta terça-feira pelo menos 37 pessoas num ataque à aldeia de Koulogon, no centro do Mali. A informação foi avançada pelo Governo do país, que acrescentou que há registo de vários feridos e muitas casas foram queimadas naquela povoação da região central de Mopti.

Em 2018, centenas de pessoas morreram em confrontos entre os caçadores Dogon e membros do grupo étnico seminómada Fula. A ONU estima que mais de 500 civis foram mortos no ano passado em resultado da violência intercomunitária.

Citado pela agência de notícias AFP, o aldeão Fula Allaye Yattara disse que se encontrava fora da aldeia com o gado quando ouviu tiros. “O nosso chefe, Moussa Diallo, foi morto, juntamente com membros da sua família, incluindo uma jovem rapariga”, acrescentou.

Confrontos e ligações a grupos jiadistas

Os caçadores Dogon e os pastores Fula entram frequentemente em confronto por causa do acesso a terra e a água. Os Dogon também acusam os Fula de ligações a grupos jiadistas, enquanto os pastores afirmam que o exército do Mali armou os caçadores para estes os atacarem.

Em 2012, o norte do Mali esteve dominado por grupos jiadistas ligados à Al-Qaeda mas, no ano seguinte, os terroristas foram em grande parte expulsos da região ou dispersaram na sequência do lançamento de uma intervenção militar ainda em curso, que conta com o apoio de tropas francesas.

No entanto, a violência jiadista não apenas persistiu como se espalhou do norte para o centro e sul do Mali e, mais tarde, para os vizinhos Burkina Faso e Níger, misturando-se frequentemente com conflitos intercomunitários.