Paul Manafort, o homem que chegou a gerir toda a estratégia eleitoral de Donald Trump, mentiu aos investigadores federais sobre os seus contactos com a Casa Branca e com pessoas ligadas aos serviços de informações russos já quando estava sob investigação. É isto que vem escrito num despacho enviado ao juiz do tribunal de Washington por Robert Mueller, o procurador especial que investiga as suspeitas de que membros da equipa de Trump possam ter mantido contactos com pessoas próximas do Kremlin de forma a tentar “virar” a eleição de 2016 para o lado de Trump.
No mês passado, o tribunal tinha pedido mais informação a Mueller que justificasse a acusação da sua equipa de que Manafort tinha mentido sob juramento, já depois de ter concordado não mentir para que a sua pena fosse atenuada. “Nas suas entrevistas com o procurador-especial e com o FBI, Manafort contou várias mentiras discerníveis, não foram lapsos de memória”, lê-se na justificação enviada agora ao tribunal, citada pela agência de notícias “Reuters”. Manafort tinha sido condenado, na Virgínia, por crimes financeiros, mas pediu um acordo a Mueller para evitar um outro julgamento e prometeu cooperar com a investigação.
Manafort terá, então, mentido, no entender da equipa de Mueller, sobre as suas conversas com o consultor político russo-ucraniano Konstantin Kilimnik, que Mueller acredita ser próximo das secretas russas, sobre as tentativas de Kilimnik em influenciar testemunhas neste caso e sobre os contactos que manteve com membros da Administração de Trump durante a investigação, já em 2018.
Os advogados de Manafort dizem que ele nunca mentiu deliberadamente.