Não era previsto Dilma Rousseff estar presente na próxima sexta-feira em Nova Iorque para discursar na sede da ONU a propósito das medidas tomadas pelo seu Governo no âmbito do acordo de Paris sobre o Clima. Mas a Presidente brasileira mudou de ideias e, afinal, vai estar presente na ocasião, após ter sido aconselhada pelo seus assessores numa reunião que ocorreu esta noite no Palácio do Planalto, avança a “Folha de São Paulo.”
A estratégia de Dilma passa por denunciar que o processo de destituição que está em curso no país “não tem base legal” e está a ser levado a cabo pelo próprio vice-presidente do Executivo, a quem apelida de “traidor”. O objetivo da Presidente brasileira é obter apoio internacional contra o processo de impeachment.
Dilma terá cinco minutos para discursar na sede da ONU, estando ainda a preparar o seu discurso que deverá ter como tónica – além da importância do acordo alcançado em Paris contra o
aquecimento global e a subida do nível das águas – as ideias de “golpe de Estado” e de “conspiração”, referindo-se ao processo de destituição que está agora nas mãos do Senado.
Preocupado com este passo está Michel Temer, o vice-presidente brasileiro, que já está reunido em São Paulo com membros do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) para discutir uma resposta à ofensiva de Dilma.
Esta segunda-feira, a Presidente brasileira manifestou-se “injustiçada”, mas confiante de que irá vencer este processo no Senado, defendendo que se trata de uma luta pela democracia.
Dilma admitiu ainda que Lula da Silva tem sido o seu maior apoio nesta fase, dizendo esperar que possa ser empossado ainda esta semana como chefe da Casa Civil e dar um forte contributo para a governação.