Internacional

Dilma por um fio. Ministro acusado de querer pagar silêncio do senador Delcídio do Amaral

Investigado no caso Lava Jato, o senador Delcídio do Amaral acusa um dos ministros de Dilma de lhe ter oferecido ajuda financeira a troco do seu silêncio. A denúncia foi aceite pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, o que pode precipitar a queda do Governo

Imagem retirada do protesto que decorreu no fim de semana em São Paulo - desagrado chegou às ruas
NACHO DOCE / Reuters

Agrava-se a situação política de Dilma Rousseff, cujo Governo parece, a cada dia que passa, estar mais ameaçado. Esta terça-feira fica marcada por mais uma etapa negra, depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro ter homologado a denúncia feita pelo senador Delcídio do Amaral (do PT) - um dos investigados no âmbito da Operação Lava Jato.

Sem meias palavras, Delcídio acusa o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, de lhe oferecido ajuda financeira, política e jurídica em troca do seu silêncio. Mais. O senador entregou uma gravação para fazer prova dessa proposta, cujo fim último seria o de tentar demovê-lo de cumprir o acordo feito com a justiça - ceder informações a troco de uma redução de pena, informações essas que passam por afirmar que Lula e Dilma tentaram interferir nas investigações à rede de corrupção na Petrobras.

Em parte reproduzida na revista “Veja”, a gravação da conversa mantida entre um assessor de Mercadante e um homem da confiança de Delcídio do Amaral representa um duro golpe para a imagem de Dilma, que sempre fez questão de garantir que o Governo não interfere nas investigações da Lava Jato. O que é só uma parte do problema. Em virtude do teor da acusação, Mercadante - o ministro mais próximo de Dilma - pode mesmo vir a ser preso nos próximos dias. Além de tudo isto, este caso pode levar à saída do PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) do Governo, que o mesmo que dizer que o executivo pode cair.

Efeito prático desta verdadeira ”bomba”, o esperado anúncio da incorporação do ex-Presidente Lula no Governo ficou adiado. Só esta quarta-feira é que o Palácio do Planalto deve comunicar se Lula vai ou não ser ministro, cargo aliás que, a ser ocupado, lhe garante imunidade judicial em relação ao Ministério Público de São Paulo, o mesmo que pediu a sua prisão preventiva na sequência da investigação que envolve a compra de um triplex de luxo.