As ondas gravitacionais, cuja existência o físico Einstein apontou há um século na sua teoria da relatividade, foram pela primeira vez detetadas de forma direta a 14 de setembro último, foi esta quinta-feira anunciado.
Numa grande conferência de imprensa em Washington, os cientistas do Observatório Norte-Americano de Interferometria Laser (LIGO) puseram assim termo a meses de rumores e grande expectativa entre a comunidade científica perante uma descoberta que abre a porta à redescoberta do Universo, desta vez sem necessidade da luz.
"A nossa observação das ondas gravitacionais cumpre o ambicioso objetivo definido há cinco décadas de detetar de forma direta este fenómeno e entender melhor o Universo", explicou a diretora executiva do laboratório LIGO.
"Além disso, completamos o legado de Einstein no centenário da sua teoria da telatividade Geral", acrescentou.
O físico teórico alemão Albert Einstein (1879-1955) defendeu na teoria da relatividade geral que o celebrizou que os objetos que se movem no Universo produzem ondulações no espaço-tempo e que estas se propagam pelo espaço. Previu, assim, a existência das ondas gravitacionais e demonstrá-la de forma direta era o último desafio em aberto da relatividade.
Este achado abre uma nova porta na astronomia, porque, até agora, os cientistas valeram-se de diferentes formas de luz (ondas eletromagnéticas) para observar o Universo.
As ondas foram registadas às 9h51 TMG do passado dia 14 de setembro de 2015 pelos detetores do LIGO, um dos quais localizado em Livingston (Louisiana) e outro em Hanford (Washington).
As ondas gravitacionais transformam informação sobre o movimento dos objetos no Universo e espera-se que permitam observar a história do Cosmos até épocas remotas.