Benjamin Netanyahu quis culpar os palestinianos pelo Holocausto, mas as suas palavras voltaram-se contra ele. Ao defender que foi o Mufti de Jerusalém que, em 1941, sugeriu a Adolf Hitler que exterminasse os judeus, o primeiro-ministro de Israel tornou-se alvo de muitas críticas e da chacota de ilustradores, como o brasileiro Carlos Latuff, de quem o Expresso reproduz o cartoon que pode ver no início do texto.
A polémica estalou horas antes de uma visita do primeiro-ministro de Israel à Alemanha, onde já se encontra. Agendada para o início do mês, a deslocação foi adiada em virtude da mais recente vaga de violência israelo-palestiniana.
“Todos os alemães conhecem a história da obsessão racista criminosa dos nazis que levou à rutura civilizacional que foi o Holocausto”, reagiu à polémica Steffen Seibert, porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel. “Isto é ensinado nas escolas alemãs por uma boa razão, nunca deve ser esquecido. E não vejo razão para mudarmos a nossa visão da história de forma alguma. Sabemos que a responsabilidade por este crime contra a humanidade é alemã.”
Moshe Zimmermann, estudioso do Holocausto e do Antissemitismo da Universidade Hebraica de Jerusalém, criticou as palavras do líder israelita: “Qualquer tentativa para desviar a responsabilidade de Hitler para outros é uma forma de negação do Holocausto”, disse ele à Associated Press. “Banaliza o Holocausto.”