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Defesa obriga a novos compromissos para o futuro

O anúncio de um reforço orçamental substancial para fazer face às novas metas da NATO de despesa em Defesa e o que isso pode implicar para a economia portuguesa estarão em discussão no “A Nova Defesa” - evento da SIC Notícias que conta com o apoio da AED, Lockheed Martin, PLMJ e Oeiras Valley - e que terá a presença do primeiro-ministro Luís Montenegro

Luís Montenegro na mais recente cimeira da Nato, em Haia, com o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, à direita, e o primeiro-ministro dos Países Baixos, Dick Schoof, à esquerda
Getty Images

Gastar 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em Defesa nos próximos dez anos. Foi o compromisso assumido pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, na mais recente cimeira da NATO e que implica um orçamento para despesas ligados ao sector a rondar os €10 mil milhões todos os anos.

Um esforço financeiro de grande envergadura que se enquadra na estipulação da organização transatlântica dos países membros investirem pelo menos 5 % do seu PIB em Defesa repartido por 3,5% em investimento direto nas capacidades militares e 1,5% em investimentos e infraestruturas que também podem ter utilização militar.



€445

milhões é quanto se estima que a despesa em Defesa tenha que crescer em média, durante os próximos dez anos, para atingir os 3,5% do PIB

“É uma meta ambiciosa, mas possível se encarada de forma estratégica e gradual”, acredita o CEO e country director da Thales Portugal, Sérgio Barbedo. “Este crescimento deverá ser acompanhado por uma visão clara de capacitação nacional e de retorno económico e tecnológico”. Ou seja, “é indispensável que cada um dos investimentos realizados seja analisado, tanto na perspetiva do seu valor militar como também na perspetiva da criação de valor que as diferentes aquisições poderão induzir através do reforço da presença local das empresas fornecedoras, com a consequente criação de novos postos de trabalho e potencial exportador associado”.

Por outro lado, defende o responsável, “é imprescindível que sejamos capazes de salvaguardar os valores que temos vindo a construir ao longo das últimas décadas, mantendo a Europa como um espaço de liberdade, multicultural e solidário. Para tal, é essencial garantir a autonomia europeia”, considera, “quer ao nível dos recursos humanos nas forças armadas e na indústria, quer aos nível da produção dos equipamentos e tecnologias necessários à criação de capacidades dissuasoras relativamente a potenciais agressores externos”.

Questões que estarão em discussão no evento “A Nova Defesa, organizado pela SIC Notícias com o apoio da AED, Lockheed Martin, PLMJ e Oeiras Valley, e que contará com personalidades da política e do sector empresarial para discutir o impacto que estes gastos acrescidos terão na economia portuguesa.

“Portugal pode afirmar-se como exportador de soluções tecnológicas e serviços para o domínio da Defesa, com base em centros de excelência”, acredita Sérgio Barbedo

Para José Neves, diretor de Segurança e Defesa da GMV, “a Defesa moderna é feita de inovação”, como “dados, inteligência artificial, sistemas não tripulados, sensores ou ciberdefesa”. Se há algo que “os conflitos recentes” deixaram evidente é “que a tecnologia é decisiva e a inovação deixou de ser um luxo para se tornar uma necessidade estratégica”. Há estudos, por exemplo, que apontam que “o retorno da investigação e desenvolvimento em Defesa pode ser até seis vezes superior ao da civil”.

“O maior desafio”, diz José Neves, “é transformar o aumento orçamental em investimento estruturado e sustentável com impacto real em emprego qualificado, capacidade industrial e autonomia tecnológica”, com a certeza que “Portugal deve deixar de ser apenas utilizador de tecnologia e afirmar-se como produtor de inovação”. Já quanto aos 3,5%, “mais do que a meta em si, o essencial é garantir que esse esforço financeiro gera valor, o que implica olhar para dentro do orçamento e perguntar: quanto é verdadeiramente alocado ao desenvolvimento industrial nacional? Quanto está a ser investido em inovação e capacitação tecnológica?” A resposta pode estar em “alinhar todos os atores – universidades, centros de investigação, PME, grandes empresas, forças armadas e Governo – e investir de forma estruturada na capacidade nacional”.

Saiba tudo sobre o evento.

A Nova Defesa

O que é?

O evento “A Nova Defesa” é organizado pela SIC Notícias com o apoio da AED, Lockheed Martin, PLMJ e Oeiras Valley e parte da nova meta assumida pelo Governo a dez anos de aplicar 3,5% do PIB em Defesa para perceber qual será o impacto deste relevante incremento orçamental na sustentabilidade financeira e social de Portugal.

Quando, onde e a que horas?

Segunda-feira, 14 de julho, no edifício da Impresa, a partir das 18h.

Quem são os oradores?

  • Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa
  • Isaltino Morais, presidente da Câmara Municipal de Oeiras
  • Major General João Vieira Borges, professor de Estratégia e Relações Internacionais
  • Nuno Rogeiro, comentador
  • Luís Montenegro, primeiro-ministro
  • Rui Santos, diretor-geral da AED Cluster Portugal
  • Emir Sirage, diretor do New Space Portugal
  • Sérgio Barbedo, CEO e country director da Thales Portugal
  • Frederico Lemos, global chief commercial officer da Embraer Defense
  • Duarte Schmidt Lino, partner da PLMJ
  • Ricardo Mendes, CEO da Tekever
  • Jeffrey Harrigian, vice-presidente de Campanhas Estratégicas da Lockheed Martin
  • Almirante Jorge Nobre de Sousa, chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional

Porque é que este tema é importante?

Vivemos uma fase de grande instabilidade global e de conflitos militares que impacto na soberania e nos riscos de segurança, pelo que importa analisar a subida dos gastos militares acordada em sede da NATO para perceber se estamos perante uma realidade passageira ou apenas no início de um processo que poderá ter relevância duradoura.

Onde posso assistir?

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