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Dos carros à voz, os desafios da inteligência artificial 

Entrevistas e painéis de debate sob o tema “Inteligência artificial: amamos ou odiamos?” decorrem na próxima quinta-feira, dia 23, no Palco Impresa, onde vai ser discutido o impacto desta tecnologia em áreas tão diferentes como a comunicação, a criatividade, o amor ou a educação. Será ainda lançado o podcast 'Memórias de Francisco Pinto Balsemão', o primeiro podcast português com a voz do próprio autor clonada por inteligência artificial. O evento conta com o apoio da Volkswagen

D.R.

As inquietações sobre a inteligência artificial (IA) estão na ordem do dia: Vamos ou não ser mais inteligentes com a IA? Será que nos vamos relacionar da mesma forma? A nossa criatividade está em perigo? São perguntas que ainda não encontraram resposta certa, embora certa seja a realidade de que esta é uma tecnologia que veio para ficar e que está já a ser utilizada em áreas tão distintas como a educação, o ensino, a saúde, a indústria ou a comunicação.

Esta semana, na próxima quinta-feira, dia 23, será lançado o primeiro podcast português com a voz do próprio autor clonada por IA. Francisco Pinto Balsemão gravou a leitura de algumas páginas do seu livro Memórias e confiou a clonagem da sua voz à agência de inovação Instinct que, destes trechos, gerou a voz do fundador do Expresso e da SIC para a leitura da totalidade das 1000 páginas do livro.

8,6%

das empresas portuguesas utilizou Inteligência Artificial em 2024. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, as tecnologias mais utilizadas foram as que analisam linguagem escrita e as que automatizam diferentes fluxos de trabalho ou auxiliam na tomada de decisão

“Utilizei o que se poderá chamar a minha inteligência natural para escrever as mais de 1000 páginas das minhas memórias. Achei que, para as ler para este novo podcast, já podia e devia contar com uma ajuda da inteligência artificial”, diz Francisco Pinto Balsemão.

Também no sector automóvel, a tecnologia já percorre as estradas do país em carros equipados com o chat gpt integrado no sistema de voz. “Em 2024 o grupo Volkswagen apresentou estes veículos. Queríamos que as pessoas tivessem esta possibilidade de ter a inteligência artificial ao seu servico”, diz Teresa Lameiras, diretora de Comunicação e Marca da SIVA|PHS.

Também no mundo da televisão, Pedro Boucherie Mendes, diretor de Conteúdos Digitais de Entretenimento na SIC, afirma que há já várias ferramentas de edição e pós-produção de IA a ser usadas, e que a inovação ao nível da voz será muito útil, por exemplo, em ferramentas de audiodescrição. “A lei agora não obriga a que os programas tenham mas, no futuro, pode acontecer. A voz vai ser mais simples de modelar”, acredita.

Mas nem tudo são facilidades neste novo mundo da inteligência artificial. É preciso saber como funciona e, para isso, há que procurar estar informado e dedicar tempo a aprender, o que representa um desafio para a área da educação. “As instituições têm de estar a par e atualizadas. Vão ter este tipo de pressão. Não me parece que alguém vá querer ouvir que se for pelo ensino tradicional fica mais bem equipado se primeiro estudar os clássicos. À partida, esta proposta não vai ter grande valor. As pessoas vão querer seguir o trilho da inteligência artificial. Eu vou querer fazer um mestrado numa instituição que eu perceba que está a par do que se fala. Do que é sexy”, afirma.

“Nos próximos anos o discurso sobre inteligência artificial será de pressão sobre as autoridades e quem domina a regulação”, afirma Pedro Boucherie Mendes

Pedro Boucherie Mendes acredita que “pais, empresas e universidades” vão pressionar os governos sobre a questão da regulação, legislação ou financiamento e relembra o receio e o esforço que também foi preciso fazer quando apareceu a internet. “Quando há 15 ou 20 anos um chefe meu dizia ‘quem me dera poder proibir a internet por decreto’, eu trabalhava em jornais e revistas. Já se sabia que era uma ameaça e uma chatice do ponto de vista de gestão e investimento”, conclui.

Inteligência artificial: amamos ou odiamos?

O que é?

O Expresso, com o apoio da Volkswagen, reúne, em conversas e painéis de debate, personalidades que vão refletir sobre o uso da inteligência artificial e responder a perguntas como se vamos amar da mesma forma, se a criatividade humana vai ser afetada, como criar uma empresa em 10 minutos com IA ou educar-se é cada vez mais complicado. No final, vai ser lançado o podcast 'Memórias de Francisco Pinto Balsemão', o primeiro podcast português com a voz do próprio autor clonada por IA.

Quando, onde e a que horas?

Decorre na próxima quinta-feira, dia 23 de janeiro, no Edifício Impresa, das 9h30 às 13h.

Quem são os oradores?

  • Francisco Balsemão, CEO do Grupo Impresa 
  • Teresa Lameiras, diretora de comunicação e marca, SIVA
  • Lourenço Medeiros, jornalista SIC
  • Carlos correia, CEO Priberam
  • Júlia Pinheiro, apresentadora SIC
  • Luis Pedro Nunes, comentador SIC
  • Joana Beleza, jornalista Expresso
  • Fernando Alvim, humorista
  • Hugo Silva, criador exposição IA
  • Marília Machado dos Santos, diretora-geral da Volkswagen
  • Afonso Eça, administrador BPI
  • Madalena Albuquerque, administradora Altice
  • Pedro Boucherie Mendes, moderador, jornalista e escritor
  • Clara de Sousa, Jornalista SIC
  • Nuno Ribeiro, co-fundador Instinct

Porque é que este tema é central?

Porque a IA é já uma realidade no dia a dia mas é ainda desconhecida para muitos, no seu funcionamento e utilidade. É preciso refletir sobre o impacto que esta tecnologia já tem e terá no futuro, nas várias dimensões e atividades da vida humana, e também conhecer os seus benefícios e riscos. É preciso estar informado para que se possa acompanhar o seu desenvolvimento e aproveitar todo o seu potencial, bem como prevenir impactos mais negativos.

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