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Eletricidade: “é uma potencialidade enorme saber em tempo real o que se está a consumir”

A E-Redes anunciou hoje que concluiu a instalação dos 6,6 milhões de contadores inteligentes existentes em todo o país e, para assinalar o momento, organizou uma conferência sobre a importância destes equipamentos no processo de transição energética, um encontro a que o Expresso se associou como media partner

Ana Sofia Ferreira, da Deco, foi uma das participantes na conferência, destacando os impactos positivos para o consumidor dos contadores inteligentes
Matilde Fieschi

O processo de substituição dos contadores antigos por equipamentos inteligentes demorou quase dez anos, mas está concluído e, neste momento, Portugal tem 6,6 milhões de contadores que permitem aos consumidores eliminar as faturas com estimativas, mudar de contrato e resolver avarias de forma remota ou saber o que se está a consumir em tempo real.

Funcionalidades que são uma vantagem no processo de transição energética como constataram Luís Filipe Pereira, responsável pelas operações das redes inteligentes na E-Redes; Bruno Martinho, managing diretor na Accenture Portugal; Carlos Ferraz, presidente da Associação Portuguesa de Operadores e Comercializadores de Mobilidade Elétrica (APOCME); Carlos Querido Santos, presidente da Associação das Agências de Energia e Ambiente (RNAE); Pedro Verdelho, presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE); Paulo Partidário, subdiretor geral da Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG) e Ana Sofia Ferreira, coordenadora do gabinete de apoio ao consumidor da DECO.

Foram eles os convidados da conferência desta manhã cuja abertura ficou a cargo do CEO da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, e da secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira, e cujo enceramento foi de José Ferrari Careto, CEO da E-Redes. Estas são as principais conclusões.

Ana Sofia Ferreira, Carlos Ferraz, Carlos Querido Santos; Paulo Partidário e Pedro Verdelho
Matilde Fieschi

O impacto no consumidor

  • Ana Sofia Ferreira não esconde que o impacto dos contadores inteligentes para os consumidores é, acima de tudo, positivo. “É uma potencialidade enorme o cliente saber em tempo real o que está a consumir”, diz. Tal como é importante acabar com as faturas por estimativas porque eliminam “surpresas e incertezas”.
  • Mas, a responsável da Deco não esconde também que “ainda há muito a fazer para que os consumidores possam confiar” mais nestes equipamentos. “Não foi um processo aceite de forma fácil”.
  • De facto, diz Miguel Stilwell d’Andrade, “foi um trabalho hercúleo”, porque “há clientes que aceitam, outros que não”, ou seja, foi “um trabalho enorme para se ter acesso às casas”. Mais ainda quando a maioria dos contadores estão dentro de casa ou em zonas inacessíveis no exterior, diz Luís Filipe Pereira.
  • Mas no final, “a E-Redes cumpriu de forma notável”, diz a secretaria de Estado da Energia na mensagem gravada que foi transmitida no arranque do encontro.
  • Por isso mesmo, Miguel Stilwell d’Andrade aproveitou o momento para deixar um recado ao Governo sobre a concessão para a rede de Baixa Tensão que, nos últimos 20 anos tem estado entregue à E-Redes, mas cujo período de vigência terminou, estando previsto um novo concurso para 2026.
  • “A E-Redes tem desempenhado o seu papel com excelência”, diz, salientando que, por isso, “este concurso não visa resolver um problema”, que é apenas uma formalidade decorrente do fim da concessão. Além disso, exemplifica com o caso do Brasil onde “as concessões foram promulgadas por mais 30 anos”.

Luís Filipe Pereira, responsável pelas operações das redes inteligentes na E-Redes
Matilde Fieschi

A importância para a transição energética

  • “Os contadores inteligentes não são o único elemento das redes inteligentes”, repara Luís Filipe Pereira. Para ser capaz de fazer as leituras em tempo real, as redes têm de estar equipadas com sensores e outros equipamentos que ajudam a produzir informação. E, tal como em quase tudo nesta era da tecnologia, são os dados que são importantes.
  • Por isso é que Bruno Martinho diz que as redes são “um suporte da transição energética” porque “garantem o serviço num contexto de maior eletrificação da economia”.
  • Ou como referiu a secretária de Estado, as redes são essenciais para uma maior incorporação das renováveis.
  • Além disso, repara a governante, “a digitalização tem um papel fundamental na gestão da rede” e na “gestão do serviço”, acrescenta José Ferrari Careto.

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