Até ao final desta década, a Comissão Europeia antecipa que possam ser renovados 35 milhões de edifícios e criados cerca de 160 mil postos de trabalho no sector da construção. A previsão tem como base os objetivos comunitários definidos para aumentar a sustentabilidade da indústria, que atualmente tem um peso significativo nas emissões de CO2. Em 2030, todos os novos edifícios devem ser, segundo a instituição europeia, nulos em emissões.
A par deste objetivo, os Estados-membros têm ainda de garantir que, até 2050, todo o parque habitacional é transformado e adaptado para que as suas emissões sejam consideradas nulas. A tarefa é hercúlea, como mostra um estudo recente da associação Zero sobre o investimento necessário para descarbonizar o consumo de energia final nas habitações em Portugal. O resultado é uma estimativa de €26,2 a €28,5 mil milhões. E, sublinham os ambientalistas, 70% do edificado no país não é energicamente eficiente.
Consciente do desafio, a indústria tem procurado adaptar-se às novas exigência ambientais e apostar na inovação como caminho para encontrar soluções mais eficientes. É, aliás, neste contexto que o grupo Transfor, com mais de 25 anos de atividade, organiza o terceiro ciclo das conferências “Construção em Movimento”, desta vez dedicada ao mote “Soluções de Transformação”. O evento, que se realiza sexta-feira, 29, em Vilamoura, conta com o Expresso como media partner (veja os detalhes do evento e transmissão online abaixo).
40%
do consumo total de energia é responsabilidade dos edifícios, que representam ainda mais de 30% das emissões de CO2. Este é um dos desafios que o sector está a endereçar
Um dos objetivos centrais é refletir sobre “a modernização e valorização de um sector estratégico para o desenvolvimento do nosso país”, aponta Tiago Marto. O CEO da Transfor considera “importante colocar energia e foco na melhoria contínua” nesta área, que é cada vez mais chamada a apoiar a resolução do desafio da habitação no país.
A introdução de práticas mais sustentáveis no sector é, garante João Bugalho, uma inviabilidade. O CEO do Arrow Global Group diz mesmo que “os consumidores são muito claros nas suas escolhas e os promotores têm de encontrar as respostas certas para ir ao encontro dessas preferências”, sob pena de perderem competitividade. Ainda que estas alterações impliquem “custos acrescidos”, o desenvolvimento tecnológico “vai permitir encontrar o equilíbrio entre custo e sustentabilidade”, perspetiva o gestor.
Se a construção modular e as novas técnicas, assentes no pilar da sustentabilidade, são apontadas como sendo o futuro do sector, a verdade é que será, ainda, fundamental endereçar o problema da falta de mão de obra. Na última edição deste ciclo de conferências, o ex-Bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando Santo, lembrou que, nas últimas duas décadas, cerca de 300 mil trabalhadores “foram para o desemprego, reformaram-se ou foram para outros países”.
O especialista, que será keynote speaker na próxima sexta-feira, vai estar no evento para falar sobre os principais desafios do sector em Portugal, deixando as bases do que será, ao longo da tarde, uma reflexão sobre soluções para ultrapassar estes obstáculos. Consulte, abaixo, a programação completa.
Construção em Movimento | Soluções de Transformação
O que é?
É uma conferência organizada pela Transfor a que o Expresso se associa como media partner e que pretende discutir os problemas e desafios atuais do sector da construção, em particular na procura da valorização da indústria e de soluções para a tornar mais eficiente. Para isso, o evento vai contar com a participação de especialistas, empresários e decisores.
Quando, onde e a que horas?
Dia 29 de novembro de 2024, no Hotel Hilton Vilamoura, às 14h30. O evento terá transmissão via streaming (ver abaixo)
Quem vai estar presente?
- António Saraiva, Presidente da Cruz Vermelha e do Conselho Estratégico da Transfor
- Fernando Santo, Ex-bastonário da Ordem dos Engenheiros
- Tiago Marto, CEO e fundador do grupo Transfor
- João Bugalho, CEO Arrow Global Group
- Tiago Belo, COO Solyd
- Miguel Alegria, CEO Engexpor
- António Ramalho, gestor
- Cláudia Antunes, BuildingSMART Portugal
- Samuel Torres de Carvalho, CEO STC Arquitetura
- Jorge Balsas, Diretor-Geral Transfor Indústria Soluções Modulares
- Pedro Machado, Secretário de Estado do Turismo
Porque é que este tema é central?
O sector da construção, embora necessário para responder à crise da habitação que afeta Portugal e tantos outros países europeus, é um dos principais consumidores de energia através dos edifícios. Além do peso na energia, os edifícios são responsáveis por mais de 30% das emissões de CO2, uma realidade que a indústria e a Comissão Europeia querem mudar. Nesta jornada rumo à sustentabilidade, há desafios que importa ultrapassar e oportunidades que não se deve deixar escapar.
Onde posso ver?
Editado a 26/11 com novas declarações.
Este projeto é apoiado por patrocinadores, sendo todo o conteúdo criado, editado e produzido pelo Expresso (ver Código de Conduta), sem interferência externa.