Como algo completamente transversal a toda a sociedade, a inteligência artificial (IA) depende em grande medida das telecomunicações e do seu alcance para operar transformações nos negócios e chegar aos consumidores, sem contar com as mudanças que já provoca na própria gestão das redes.
Impacto que também já chegou ao jornalismo, onde o debate se situa entre as capacidades da IA generativa para ajudar jornalistas a construir melhores notícias ou os medos de quem acha que o seu trabalho ficará obsoleto.
Estes tópicos (e outros) estiveram em discussão na quarta de cinco sessões do projeto "Impacto da Inteligência Artificial", em que o Expresso é media partner da EY. O debate foi moderado pelo diretor-adjunto do Expresso, Martim Silva, e contou com a presença de Bruno Padinha, chief digital officer da Impresa; David Oliveira, diretor e TMT Segment Leader da EY; Ricardo Costa, diretor-geral de informação da Impresa; Augusto Fragoso, diretor-geral de Informação e Inovação da ANACOM; Diogo Fernandes, vice-presidente de Estratégia & Desenvolvimento de Negócio da Talkdesk; Luísa Meireles, diretora de informação da Agência LUSA; Pedro Brandão, diretor de Market & Customer Intelligence da NOS; Ricardo Raposo, manager de Gestão de Produto da Vodafone Portugal; Rogério Carapuça, presidente da APDC; e Tiago Silva Lopes, diretor de Produtos e Serviços B2C da Altice.
Estes foram os principais temas em discussão.
Transformação profunda
- Estamos perante uma mudança geracional que já está a deixar marcas tanto nas telecomunicações como no jornalismo, e a tendência é para que o ritmo acelere.
- Uma das mudanças poderá ocorrer em “contextos de grande complexidade” em que “os humanos são tipicamente muito lentos a decidir”, refere Augusto Fragoso.
- “A IA tem um impacto transversal”, concede Bruno Padinha.
Potenciar oportunidades
- Para Pedro Brandão, “a entralidade das telecomunicações sairá reforçada”.
- Haverá mais “eficiência, produtividade e capacidade de desempenhar tarefas muito mais rapidamente”, defende Diogo Fernandes.
- Só assim será possível ter uma “mudança pela positiva”, refere Tiago Silva Lopes.
Perceber os riscos
- Perante as vantagens destacadas pelos intervenientes, há também desafios a ter em conta entre a necessidade de equilibrar as potencialidades tecnológicas com o fator humano.
- “A parte da criação ainda não é da máquina”, reforça Luísa Meireles.
- “Encaramos como uma enorme oportunidade mas também com grande responsabilidade”, resume Ricardo Raposo.
Regulação
- “Um dos riscos a que não queremos fugir são as questões de cibersegurança”, explica David Oliveira e, nesse campo, a regulação pode ser essencial.
- Há o risco de, por exemplo se “regular muito mas impedir a criatividade, algo complexo”, admite Ricardo Costa
- Avisa Rogério Carapuça: “quando legislamos cedo demais, também é mau”.
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