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Antecipar cenários com inteligência artificial já é realidade

Na segunda de cinco sessões do projeto "Impacto da Inteligência Artificial", em que o Expresso é media partner da EY Portugal, as grandes questões que as ferramentas alimentadas pela IA impõem aos agentes do sector da energia e infraestruturas foram o foco da discussão

As opções que estão agora a ser tomadas no campo da inteligência artificial (IA) podem ter implicações duradouras na forma como as empresas vão adaptar-se às novas ferramentas potenciadas pela evoluir da tecnologia. E nessas escolhas poderá estar a diferença entre quem leva a melhor ou quem fica para trás na luta pela sobrevivência no sector da energia e infraestruturas.

Entre os projetos que surgem a um ritmo acelerado e as capacidades preditivas que permitem antecipar desastres naturais, ou as dúvidas levantadas pelas implicações ao nível da privacidade, gestão de recursos e gastos com energia, sobram vários caminhos disponíveis, como fizeram questão de apontar os responsáveis empresariais presentes na "Impacto da Inteligência Artificial: Energia e Infraestruturas", em que o Expresso é media partner da EY Portugal.

A conferência foi moderada pelo diretor-adjunto do Expresso, Martim Silva, e contou com a presença de Ricardo Costa, diretor-geral de informação da Impresa; José Roque, partner e energy segment lead da EY Portugal; António Vidigal, consultor e ex-presidente da EDP Inovação; Hélio Jesus, responsável por Tecnologia e Inovação na Siemens Portugal; João Martins de Carvalho, membro do Conselho de Administração da E-REDES; João Conceição, administrador executivo da REN; Jorge Afonso, CDAO (Chief Data and Analytics Officer) da GALP; Marta Sousa Uva, CTO do Grupo Brisa; Miguel Faria, COO da Floene; e Miguel Cruz, CEO da Infraestruturas de Portugal.

Conheça as principais conclusões.

Antever cenários

  • A inteligência artificial generativa já está a ser utilizada para que as organizações sejam capazes de prever cenários para tornar a alocação de recursos energéticos ou a manutenção de infraestruturas algo mais eficiente.
  • "Estamos a viver uma complexificação muito acelerada, a fazer muitas mudanças ao mesmo tempo", acredita João Conceição.
  • Já é possível perceber “que a vegetação está a colocar a rede elétrica em perigo”, por exemplo, explica José Roque.

Descarbonização

  • "Falar do sector energético neste momento é falar na transição", resume João Martins de Carvalho.
  • A utilização de fontes renováveis para a produção de energia pode ganhar uma nova dimensão e maior eficiência com a utilização da IA.
  • “Esta viagem com as energias renováveis vai ser fascinante”, aponta Miguel Faria.

Questão ética

  • A inteligência artificial exige a utilização de um volume massivo de dados e pode acelerar a automatização de certas tarefas, o que terá impacto não só no domínio da privacidade assim como nas oportunidades de trabalho.
  • “Estamos na presença de múltiplos desafios para as organizações”, sustenta Jorge Afonso.
  • Para Miguel Cruz, “estamos perante atividades que são fortemente reguladas”.
  • Contudo, ainda “não conseguimos vislumbrar o impacto que vai ter”, afirma Hélio Jesus.

Capacidade de crescer

  • Existe uma “escassez de profundidade de recrutamento” que prejudica a capacidade operar mudanças na sustentabilidade, assume Marta Sousa Uva.
  • Por isso a IA é essencial para permitir complementar certas tarefas e dar renovadas capacidades às empresas de crescerem e conseguirem cumprir melhor os objetivos, ao mesmo tempo que podem oferecer trabalhos mais aliciantes.
  • “É importante começar muito cedo porque leva tempo a implementar”, garante António Vidigal.