Projetos Expresso

Era cognitiva oferece novas vias aos retalhistas

Na primeira de cinco sessões do projeto "Impacto da Inteligência Artificial", em que o Expresso é media partner da EY Portugal, o sector do consumo e retalho esteve em foco para perceber os desafios e oportunidades que enfrenta com as novas ferramentas oferecidas pela inteligência artificial generativa

Pessoas capazes de tomar melhores decisões de forma mais rápida. É um dos resumos possíveis para o impacto que a inteligência artificial (IA) está a ter nos mais variados sectores de atividade, com os algoritmos a serem utilizados para acelerar processos e oferecer novas ferramentas a gestores e trabalhadores.

Algo que já se verifica em todas as dimensões no consumo e retalho, como se percebeu na conversa que marcou o início das cinco sessões do projeto "Impacto da Inteligência Artificial", em que o Expresso é media partner da EY Portugal para, ao longo dos próximos meses, perceber as mudanças que IA generativa vai provocar nos diferentes sectores.

Entre processos de trabalho mais eficientes e consumidores com acesso a novos métodos de decidirem o que querem comprar ou como querem adquirir, a transformação recorre a um ritmo acelerado e vai alterar o panorama das compras como o conhecemos.

A conferência foi moderada pelo diretor adjunto do Expresso, Martim Silva, e contou com a presença de Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa; Sérgio Ferreira, partner da EY Portugal; Nadim Habib, professor da Nova SBE; António Raimundo, co-fundador da Skyverse; Carolina Afonso, CEO da Gato Preto; João Gomes da Silva, administrador executivo da Sogrape; Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APED; Paulo Dimas, vice-presidente da Unbabel; Paulo Simões, CFO da Worten; Pedro Cid, CEO da Auchan; e Sandra Vera-Cruz, diretora geral da Mondelez Portugal.

Conheça as principais conclusões.

Acesso à informação

  • Na opinião de Sérgio Ferreira, estamos sem dúvida perante o “grande tema dos próximos cinco anos”.
  • O desenvolvimento da inteligência artificial generativa vai implicar transformações profundas na produção e acesso à informação para decidir e consumir, seja a partir de algoritmos cada vez mais sofisticados que sintetizam volumes massivos de informação como nunca aconteceu.
  • Importa também “não perder os olhos daquilo que são as necessidades do cliente”, acrescenta Carolina Afonso.

Novas ferramentas

  • A IA está a ser utilizada para criar mecanismos cada vez mais avançados da gestão das necessidades das empresas e dos utilizadores.
  • É o caso da Sogrape, onde a implementação de métodos como um “robô” que só “apanha cachos de uva em condição perfeita” permitirá ter uma “qualidade do produto muito mais elevada”.
  • Razões para se assumir como “bastante crente no valor acrescentado da tecnologia”, diz Paulo Simões.

Personalização

  • A personalização em larga escala vai ser uma das características mais distintivas da adoção crescente da inteligência artificial, com os modelos generativos a aproveitarem os dados para adequar cada vez mais a sua oferta a cada utilizador.
  • É o resultado de “ter acesso a informação mais diversa e muito mais rapidamente”, argumenta Sandra Vera-Cruz.
  • Sem esquecer, lembra Pedro Cid, que “todos os avanços” neste campo “têm que ter alguma solidez”.

Alterações laborais

  • Parece inevitável que a IA vai provocar uma enorme disrupção no mercado de trabalho, com o desaparecimento de vários empregos e a criação de outros novos.
  • São ciclos inerentes às revoluções industriais que o mundo já viveu, concedem os intervenientes, mas que exigem preparação por parte das empresas e legislação adequada por parte das entidades governativas.
  • É essencial perceber “como vamos alocar recursos suficientes”, defende Nadim Habib.
  • Apesar de tudo, este é um “exemplo em que a Comissão Europeia antecipou e percebeu o que estava em causa”, acredita Gonçalo Lobo Xavier, e “em boa hora decidiu legislar”, com um pacote de leis que deverá entrar em vigor em abril.

Saiba mais sobre a primeira sessão do projeto "Impacto da Inteligência Artificial" na edição impressa da próxima semana (8 de março) do Expresso