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Inovação e cuidados integrados são fundamentais para a sustentabilidade da saúde

Melhorar a forma como os doentes são diagnosticados e tratados deve ser uma prioridade para o sector, consideram os especialistas. Para isso, porém, é preciso apostar na colaboração das equipas e investir em novo conhecimento. “A inovação como motor da sustentabilidade em saúde” é precisamente o tema da conferência organizada pelo Programa Gilead Génese, a que o Expresso se associa como media partner. O evento acontece a 17 de outubro

Apesar da importância reconhecida ao papel da investigação e desenvolvimento (I&D), Portugal continua a ter um longo caminho pela frente até se aproximar dos valores investidos nesta área pelos restantes Estados-membros da União Europeia (UE). O objetivo do Governo é atingir 3% do produto interno bruto gastos em I&D até ao final desta década. Porém, em 2021 o valor não foi além dos 1,68%. Se a inovação é fundamental para fazer avançar as sociedades, estas atividades ganham outra relevância quando o tema é a saúde. “A prestação de cuidados de saúde, qualquer que seja o sector em que se insere, é sempre um desafio à inovação”, considera Ana Jorge, provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML).

O envelhecimento da população é um dos grandes desafios que se colocam Serviço Nacional de Saúde – mas também aos sectores privado e social –, reforçando a importância de investir em melhores métodos de diagnóstico, terapêuticas mais eficazes e no aumento da qualidade de vida dos doentes. Esse é, aliás, um dos principais objetivos do Programa Gilead Génese, que desde 2013 promove a investigação científica e os projetos de intervenção na comunidade através da atribuição de bolsas de apoio.

“O sector social, se pretende prestar cuidados de qualidade, tem de acompanhar a evolução tecnológica, no diagnóstico, na terapêutica, nas características demográficas e também na mudança da morbilidade”, considera Ana Jorge

“Acredito que cada projeto levado a cabo contribuirá, de alguma forma, para fazer chegar aos doentes mais e melhor saúde e ao mesmo tempo projetar os nossos investigadores e organizações de base comunitária no panorama internacional”, considera Ignacio Schoendorff. O novo diretor-geral da farmacêutica em Portugal adianta ainda que, na 9ª edição da iniciativa, foram recebidas 71 candidaturas que resultaram em 59 projetos validados – 40 na vertente de investigação e 19 na categoria de comunidade. Depois da área do cancro da mama ter sido incluída nos temas abrangidos pelo programa em 2022, Schoendorff revela que a patologia oncológica “tem especial destaque” com vários projetos submetidos este ano. “Estes números confirmam a necessidade e a urgência de procurar soluções para o tipo de cancro mais comum nas mulheres em Portugal”, reforça.

A ex-ministra da Saúde Ana Jorge, agora responsável no sector social, considera que a “aproximação natural dos profissionais de saúde e social cria condições que permitem uma ligação estreita destas duas áreas”, promovendo a inovação na prestação de cuidados. Esta maior colaboração entre os vários níveis da saúde é “um desafio à inovação, por exemplo no campo da organização, com cuidados holísticos, integrados e a constituição de equipas multiprofissionais”, acrescenta.

€2,5 milhões

é o valor total atribuído ao longo de nove edições do Programa Gilead Génese. Foram beneficiados 114 projetos nas vertentes de investigação e de intervenção na comunidade

O papel da inovação como catalisador para a sustentabilidade em saúde será o tema central do debate que integra a 9ª edição do Programa Gilead Génese, no próximo dia 17. Na mesa-redonda vão participar Ana Jorge (SCML), Joana Branco (Biocant), Pedro Oliveira (Nova SBE) e Margarida Couto (Grace). Consulte os detalhes do evento abaixo.

A inovação como motor da sustentabilidade em saúde

O que é

O Programa Gilead Génese foi instituído em 2013 para apoiar, com bolsas monetárias, projetos de investigação e iniciativas de intervenção comunitária que promovam o avanço do conhecimento científico e a implementação de boas práticas na prestação de cuidados de saúde. Ao longo de oito edições, foram entregues bolsas no valor de €2,5 milhões em áreas como a oncologia e a virologia, tendo distinguido 114 projetos entre perto de 500 candidaturas. Este ano, a 9ª edição volta a destacar trabalhos de investigação e intervenção comunitária nestas áreas da saúde – os resultados serão apresentados na cerimónia oficial, a realizar-se no dia 17.

Quando, onde e a que horas?

Terça-feira, dia 17, a partir das 17h, no edifício da Impresa, em Oeiras. O evento será transmitido, em direto, no Facebook do Expresso (detalhes abaixo).

Quem são os oradores?

  • Ignacio Schoendorff, diretor-geral da Gilead Portugal;
  • Ana Jorge, provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa;
  • Margarida Couto, presidente da Grace;
  • Pedro Oliveira, dean da Nova School of Business and Economics;
  • Joana Branco, diretora-executiva da Biocant.

Porque é que este evento é importante?

Depois de dois anos marcados pela pandemia, as consequências na saúde dos portugueses e no Serviço Nacional de Saúde continuam a fazer-se sentir, reforçando a importância de apostar na inovação na prestação de cuidados. Em simultâneo, o custo da saúde aumenta ano após ano e sublinha a importância de repensar os modelos de intervenção e garantir a sustentabilidade do sector. Os desafios e as oportunidades estarão no centro do debate que junta representantes da academia, do sector social e da indústria.

Como posso ver?

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