Tudo começa em incutir a literacia financeira o mais cedo possível para que os comportamentos responsáveis se repercutam ao longo da vida e se tornem quase como uma segunda pele e ajudem a guiar as decisões que cada um toma em prol das finanças pessoais. Mas ao longo do tempo não paramos de aprender, e é importante continuar a amealhar conhecimentos e a perceber constantemente as mudanças no ambiente económico que nos rodeiam.
Após os 50 anos o foco da literacia financeira vira-se mais para ter um pecúlio que permita viver confortavelmente, enfrentar situações mais imprevisíveis e preparar o caminho para viver a idade da reforma com a melhor qualidade de vida possível. Mas entre as convulsões na habitação e a incerteza económica, a ponderação é essencial.
Tópicos que estiveram em discussão no debate “Finanças pessoais: Dos 50 aos 100” - que tem o Expresso como media partner e o apoio do Doutor Finanças - moderado pela jornalista Marta Atalaya e que contou com a presença de Paulo Caiado, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal; Ana Sepúlveda, managing partner da 40+ Lab e presidente da Age Friendly Portugal; Carim Habib, CEO da Dolat Capital; Sofia Ramalho, vice-Presidente da Ordem dos Psicólogos; e João Nuno Mendes, secretário de Estado das Finanças.
Conheça as principais conclusões.
Impacto da pandemia
- “A pandemia foi um fator de disrupção”, garante Ana Sepúlveda
- O impacto sentiu-se sobretudo na forma como sobretudo as pessoas com mais de 50 anos viram-se forçadas a entrar mais em contacto com mecanismos financeiros alternativos e foram confrontados com a necessidade de se prepararem para eventos imprevisíveis.
- “Dos 50 em diante as questões de literacia estão nas pessoas mais velhas”, reconhece Sofia Ramalho
- Segundo João Nuno Mendes, “a literacia financeira tem a ver com os conhecimentos fundamentais que desenvolvemos ao longo da vida”.
Mercado imobiliário
- Na opinião de Paulo Caiado, as “pessoas com mais de 50 anos compram mais casas porque venderam uma” como resultado do dinamismo do mercado imobiliário.
- Há cada vez mais oferta e procura e se as pessoas tiveram possibilidades e os conhecimentos certos, há oportunidade para beneficiarem.
- Há “pessoas que vivem em casas completamente desadequadas” e em idades cada vez mais avançadas a “confrontarem-se com a decisão de venda de casa ou não”.
Preparar o risco
- “A primeira pergunta que devemos fazer é qual é o nosso objetivo” definir um “plano para o atingir”, resume Carim Habib.
- “Há um conjunto de riscos que devem ser ponderados antes de se criar um plano de investimentos”, diz Carim Habib.
- Na opinião de Sofia Ramalho existem “padrões de comportamento financeiro e do comportamento psicológico que podem trazer maior exigência na gestão destas situações”.