Tentativa e erro, sem medo de falhar. Esta é a receita para a inovação que é crítica para a competitividade das empresas, e um assunto cada vez mais prioritário para os gestores nas organizações. Num país como Portugal, onde os níveis de produtividade e de competitividade continuam abaixo da média dos países da União Europeia, a inovação é um dos fatores de diferenciação que pode mudar a forma como o país é visto fora de portas. Felizmente, diz Joana Mendonça, “há cada vez mais empresas a inovar em Portugal e estamos a observar um processo de crescimento da inovação”. Mas, salienta a Presidente da Agência Nacional de Inovação (ANI), “ainda há muito a fazer, nomeadamente, como acrescenta Pedro Oliveira, no que se refere ao medo de errar. Para o consultor, e ex-CEO da BP, “a estigmatização do erro ainda é um problema em Portugal, ao contrário do que acontece nas economias anglo-saxónicas”. Recorde-se, como enfatiza Joana Mendonça, que 90% das inovações falham no mercado. Ou seja, “o erro faz parte do processo e não deve ser penalizado”, defende.
A solução, defendem, de forma unânime, os participantes na conferência ‘Parar para Pensar: Inovação’, um projeto do Expresso que conta com o apoio da Deco Proteste, passa pela educação desde o ensino básico. Luís Veiga Martins, diretor executivo de sustentabilidade na NOVA SBE, defende que “um ensino mais virado para a inovação será sempre um investimento, com resultados de longo prazo”. Já para Marcos Ramos, CEO da Star Genomics, “a educação é fundamental para formar melhores talentos, mas também para ter empresas mais atrativas, capazes de captar os melhores recursos internacionais”.
Num debate moderado pela jornalista da SIC, Marta Atalaya, os convidados foram desafiados a refletir sobre a transversalidade do tema da inovação sob diversos prismas, e sobre o impacto que esta poderá ter sobre a economia e a sociedade portuguesas. A conversa foi transmitida em direto através da página de Facebook do Expresso.
Conheça as principais conclusões:
- Na inovação, a dimensão das organizações não é uma condicionante, até porque muitas microempresas são disruptivas na sua atividade ou modelo de negócio. Apesar disso, Joana Mendonça alerta para alguma dificuldade de acesso às redes de inovação.
- Não obstante as melhorias em algumas áreas, Marcos Ramos afirma que Portugal ainda tem algum atraso estrutural que os avanços dos últimos 20 anos não chegam para recuperar.
- Na NOVA SBE, diz Luís Veiga Martins, a inovação tem um papel muito importante na relação entre alunos e comunidade empresarial. Esta interação pela inovação permite reter mais talento, inclusive o internacional. O responsável pela área da sustentabilidade naquela universidade recorda que, ao nível dos mestrados, 60% dos alunos são estrangeiros.
- Pedro Oliveira acredita que Portugal poderá liderar na inovação na transição energética pois soube criar e desenvolver, na última década, um cluster de conhecimento “que nos dá vantagens competitivas”.