Pouco antes do 24 de Fevereiro, muitos responsáveis políticos e militares ocidentais duvidavam da possibilidade de uma invasão em larga escala da Ucrânia, de resto, tal como boa parte da opinião pública do país. Uns e outros estavam enganados. Ao dilúvio de mísseis e ataques de aviação, seguiu-se o avanço de colunas blindadas, operando a partir de território de um regime vassalo de Moscovo, a Bielorússia e a largada de tropas aerotransportadas num aeroporto vizinho de Kiev. Vaticinou-se, então, que os tanques russos estariam na capital ucraniana numa questão de horas, repetindo-se os “estatocídios” da era soviética: Budapeste 1956, e Praga 1968. Novo engano! Seis meses depois, Kiev não está a arder mas o invasor ocupa 20% do território ucraniano (no leste e no sul do país) e 2/3 do litoral do Mar Negro.
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Seis meses de guerra na Ucrânia
Da Blitzkrieg à guerra de trincheiras: Ucrânia precisa desesperadamente de recuperar território para quebrar o impasse
Quarta-feira, 24 de agosto, passam seis meses sobre a invasão russa. Estarão as operações militares a caminho de um impasse? E, se assim for, quem sai beneficiado?